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Genoíno no lugar do Tiririca? Boato!

blog remete à eleição de 2010. Na disputa de 2014, quando os atuais deputados federais foram eleitos, Genoíno estava inelegível

discurso do deputado federal Tiririca (PR-SP), nesta quarta-feira, no qual ele declarou que abandonaria a política e não disputaria a reeleição em 2018, gerou entre alguns o mal-entendido de que o palhaço deputado renunciaria imediatamente ao mandato. A partir do engano, começou a circular a notícia falsa de que o suplente de Tiririca, e que, portanto, assumiria seu lugar na Câmara, é o ex-deputado federal José Genoíno (PT-SP), um dos petistas abatidos no escândalo do mensalão.

O boato foi ventilado no site Notícia Brasil Online (veja acima) e, como é de costume, ganhou projeção nas redes sociais. “Agora voce [sic.] vai entender porque colocaram o Tiririca e o Lula apoiou tanto. Aquela velha história, usa-se um ignorante para se atingir os objetivos. Porque o Tiririca não contou quem era o seu suplente?”, acusa a lorota.

O texto do boato remete às eleições de 2010, quando Tiririca, depois eleito, teve a elegibilidade questionada por supostamente ser analfabeto. Caso não comprovasse que sabia ler e escrever e a Justiça decidisse que ele era inelegível, o deputado seria cassado e José Genoíno, de fato, assumiria um mandato parlamentar. Isso porque, naquele ano, o PR, partido de Tiririca, estava coligado com PT, PRB, PC do B e PT do B nas eleições à Câmara e Genoíno havia sido o mais bem votado entre os candidatos não eleitos da coligação.

A ação sobre o suposto analfabetismo do deputado acabou arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2013.

Na atual legislatura da Câmara, iniciada em 2015, no entanto, o petista não é suplente de Tiririca e não assumiria a cadeira dele na Câmara caso o palhaço tivesse mesmo renunciado.

É que em 2014, quando Tiririca foi eleito para seu segundo mandato na Câmara, José Genoíno sequer tinha seus direitos políticos disponíveis. Ele estava inelegível em função de sua condenação a 4 anos e 8 meses de prisão no julgamento mensalão, em 2012. Durante as últimas eleições gerais, ademais, Genoíno havia acabado de iniciar o cumprimento do restante da pena em regime domiciliar.

Mesmo que o petista tivesse condições legais de disputar a eleição à Câmara em 2014, não seria possível que ele tivesse sido eleito suplente de Tiririca. Naquele ano, ao contrário de 2010, o PR não se coligou com o PT ou qualquer outro partido na disputa proporcional. Assim, a primeira suplente da sigla é Luciana Costa, a sétima candidata mais votada do PR, que elegeu seis deputados – dois deles “puxados” pelos votos de Tiririca.

 

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