Armas como essas foram utilizadas para quebrar as pernas dos irmãos Kalbusch em 1877. Foto: Museu Arqueogeológico da Lomba Alta, Alfredo Wagner. Artefatos indigenas frequentemente utilizados em caça a animais e ataques. Fotografo: Mauro Demarchi (2015).
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A chacina dos Kalbusch na imprensa catarinense

Em geral, tradições orais podem ser transmitidas com erros e falhas, resultando numa realidade não existente. O famoso adágio “quem conta um conto, aumenta um ponto” tem sua razão de ser. A tradição oral é importante, mas o historiador deve se cercar de fontes mais seguras.

No artigo Kalbusch: uma das familias mais antigas do municipio mencionei como tradição oral a tragédia que motivou a mudança da Família Kalbusch para perto da Colônia Militar Santa Thereza.

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Dona Nilza Kalbusch Maffei, descendente de Mathias Kalbusch, seu bisavô, afirma que não se lembrava da informação do massacre realizado pelos Bugres contra sua família, mas se lembrava, sim, de muitas histórias de ataques indígenas.

O massacre dos Kalbusch foi notícia em jornais da época. Na Hemeroteca Nacional Digital um artigo da Gazeta de Joinville menciona o terrível massacre:

Um triste episódio, é verdade, mas ele faz parte da história e deve ser registrado. A mesma informação é publicada na  “Chronik der Pfarrgemeinde Santa Isabel, der ältesten deutsch-evangelischen Siedlung in Santa Catharina”. Por Hermann Stoer – Pastor. Tradução: Felícia Emma Hatzk Schütz. na página 10 da Crônica.

Helio Kalbusch, que também pesquisa a história da família, fornece os nomes das crianças assassinadas três filhos de Mathias Kalbusch (Anna, Mathias e Jacob). A reação de vingança por parte dos Kalbusch, contada oralmente, pode não ter existido de fato ou foi confundida com outras reações posteriores. O Império do Brasil não permitia chacinas de tribos indígenas. A reação sangrenta contra os xoklengs, ou bugres, foi ordenada pelo governo republicano a partir de 1900.

Na Árvore Genealógica da Familia KALBUSCH no site My Heritage, informações do imigrante Mathias Kalbusch, temos a seguinte versão sobre a chacina dos adolescentes retirada de um Blog.
“faz-parte-da-minha-vida” – Origem e Evolução de Angelina, no ítem 1.7 – Os Indigenas e a Colônia, no segundo parágrafo diz:
“Em 1877, eclodiu próximo da colônia um choque de resultados prejudiciais aos colonos.
Nas imediações desta colônia, distante talvez três léguas, mais ou menos, os índios mataram, em uma roça, três filhos de Mathias Kalbusch (Anna, Mathias e Jacob), no lugar denominado Taquaras”.
Já nos encontros da Família a história que contam é assim:
“Ao retornar de uma localidade próxima, Mathias Kalbusch encontrou os três filhos menores mortos, desfigurados, sem roupas e com sinais de selvageria.
Reuniu os filhos mais velhos e adentraram na mata, encontraram a maloca dos índios, aguardaram que eles dormissem e mataram todos, exceto uma menina que se ajoelhou e implorou para não morrer”.
Outros contam que:
“Mathias preparou uma festa e convidou os índios.
Eles tomaram cachaça e dançaram em volta de uma fogueira até ficarem bêbados, adormeceram ali mesmo. Foi quando foram todos decapitados e mortos.
Menos uma criança.
Não tiveram coragem de matar a menina e resolveram levá-la com eles.
Era Bazilicia Maria de Jesus que foi criada junto com os demais filhos de Mathias e Katharina.
Quando cresceu, um dos filhos, Miguel (Michael) casou-se com ela e tiveram oito filhos”.

O link mencionado acima não está mais ocupado pela página, mas buscamos o endereço original e o leitor poderá acessar o próprio site da Prefeitura de Angelina com a descrição do fato http://www.angelina.sc.gov.br/conteudo.php?pag=16&url=1.7 


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