O cidadão brasileiro que cumpre com seus compromissos, acorda cedo para ir trabalhar, enfrenta um trânsito caótico, conta seus centavos para ver se conseguirá comprar a cervejinha e relaxar no final de semana, este brasileiro olha com respeito e um certo medo para a Justiça. O respeito e o medo estão sendo demolidos, pouco a pouco, pela novela transmitida em cadeia nacional “Lula da Silva”, por onde recursos e embargos sustentam publicitariamente uma figura notoriamente envolvida em ilícitos e já condenada.
Não pense você que esta novela tem por objetivo soltar o Lula e fazê-lo ocupar a cadeira de presidente novamente e nem mesmo eleger um Haddad (ou Andrade como chamam os nordestinos). O desprestígio do ex-presidente chegou ao ponto máximo. Mesmo que não houvesse sua prisão, ele nem chegaria ao segundo turno caso concorresse. Mantê-lo no centro das atenções tem um objetivo político claríssimo: assustar e manter o povo brasileiro em estado de tensão. Esta tensão eleva os índices de um outro personagem que há trinta anos vegeta nos corredores de Brasilia e que agora é alçado como o “anti-lula”: Bolsonaro.
Quanto mais Lula aparece, mais o “anti-lula” cresce e esse é o motivo da permanência do líder petista nos noticiários.
Os eleitores do “anti-lula” fazem parte de camadas bem distintas da população: reservistas, cujo serviço militar foi marcado pela disciplina; evangélicos, cuja obediência aos pastores é completa e também cidadãos que elegeram Lula no primeiro mandato mas que se sentiram frustados com o desempenho do ex-presidente e tem medo que ele retorne e piore ainda mais a economia.
O cansaço que a novela “Lula da Silva” produz na opinião pública levará o “anti-lula” bem perto do Planalto, se não o fizer sentar na cadeira do ex-presidente logo no primeiro turno…
A própria mídia faz parte do jogo, elevando ou diminuindo o clima de tensão psicológica e fugindo do ponto mais importante num debate democrático.
Num país democrático, cujo objetivo é o progresso da nação, o debate seria conduzido de forma muito distinta e o destaque seria daquele que tem apresentado frutos na administração de forma concreta, como é o caso do ex-governador de São Paulo, e não em discussões bizantinas como a recentemente apresentada pelo Jornal Nacional com o “anti-lula”, bem ao baixo nível deste e ao gosto de seu eleitorado.
Tenho admiração pelos militares, por sua disciplina e dedicação. Entretanto, não os quero governando o País, especialmente um civil, político, que vive às custas da nação, sem uma folha de serviços prestados enquanto ocupou cadeiras no Congresso Nacional.
Quererão os militares que um ex-capitão, político profissional mande e desmande nas Forças Armadas, tendo ele demonstrado em várias ocasiões insubordinação?
Para que o “anti-lula” continue a crescer é preciso que a novela “Lula da Silva” continue em exibição… até esgotar a paciência do povo!
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