Não se assuste, leitor! Se prepare, isto sim! Daqui dois ou três anos poderemos ter um inverno muito rigoroso, semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos nos últimos dois anos!
Todos os animais tem instintos apurados e com resposta perfeita a um determinado evento. Exceto os animais domésticos que embora sintam uma catástrofe, esperam uma resposta de seus donos e muitas vezes são pegos pela fatalidade. Entre os animais, um inseto muito útil, tem a mais rápida e previdente percepção do meio ambiente e das mudanças climatológicas: a Abelha.
Numa colmeia existem três elementos: a abelha Rainha, a abelha Operária e o Zangão.
A rainha tem a função de manter o enxame unido e populoso. Ela poderá viver até 5 anos, mas em apiários planejados, elas vivem por no máximo 2 anos, depois são substituídas.
A abelha que costumamos ver nas flores em busca de néctar e pólen é chamada de operária pois desde que sai do seu casulo tem funções definidas dentro da colmeia e as cumpre com perfeição. Seu ciclo de vida é de 45 ou 50 dias.
Abelhas de uma colmeia não se misturam com as abelhas de outras colmeias, mesmo vizinhas. Cada abelha traz o cheiro de sua Rainha.
Todos os elementos da colmeia, rainha e abelhasm convivem em perfeita harmonia, trabalhando para o bem comum.
Mesmo o Zangão… falemos dele agora!
O zangão é o macho de uma colmeia. Ele é filho só da rainha. Ou seja, não tem pai. Ele também não assume o cheiro de uma rainha, nem mesmo de sua mãe, pois ele tem permissão de entrar em qualquer colmeia e ali se alimentar a vontade… desde que a colmeia esteja precisando de novas abelhas… pois o papel deste abelhudo é só um: fecundar a rainha.
Ovos fecundados dão origem a abelha operária e não fecundados originam zangões.
Mas não pense que a vida deste folgazão é fácil, não. Todos estes privilégios são excluídos a partir do momento em que uma rainha volta do seu voo nupcial e inicia a postura de ovos nos favos específicos para esse fim.
A partir deste momento os zangões são barrados da colmeia e proibidos de entrar. E tem mais… Após a fecundação de uma rainha, a vida do zangão termina. Ou seja, ele morre!
Todo dia, enquanto a floração for abundante, milhares de pequenos ovos de abelhas operárias são colocados e, todo dia, milhares de abelhas nascem e começam a sua vida colaborativa dentro da colmeia.
O nascimento de milhares de abelhas é seguido, também, pela morte de milhares de abelhas. Todos os dias isso acontece.
Por que, então, está causando sensação entre apicultores do Rio Grande do Sul a morte de abelhas em mais de 6 mil colmeias?
Como ocorreu nos Estados Unidos, estão culpando os agricultores pelo uso de agro-tóxicos, mesmo sem ter a confirmação do fato por exames laboratoriais. Mas, como lá, os responsáveis estão se esquecendo de entender os sinais que as abelhas estão nos dando: vem aí um inverno muito rigoroso!
Sugiro aos apicultores e órgãos responsáveis que verifiquem a presença da rainha entre as abelhas mortas. Caso não a encontrem, o que prevejo que não ocorrerá, podem ter certeza que houve uma migração para locais ou regiões mais protegidos do rigoroso inverno.
Repito: a abelha presente as mudanças de clima com anos de antecedência!
Não apenas as abelhas! Sou observador de pássaros. Por aqui temos diversos que estão acostumados a aparecer. Porém, alguns tem aparecido que ficam um ou dois dias e depois seguem em direção ao Norte.
Estarão, como as abelhas se deslocando para uma região mais quente? Então, por que razão não ficamos atentos e começamos políticas que ajudarão o povo a enfrentar o frio que virá?
Por quê razão sermos pegos de surpresa, quando a Natureza nos avisa com antecedência e nos dá ocasião de nos prepararmos para o pior?
As abelhas sabem viver em sociedade! Então, aprendamos com elas!
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