Natural de Alfredo Wagner, Silvia Durigon, tem se destacado em provas de ultramaratona de longa distância. Veja a matéria da NSC Total – Esportes:
Silvia Durigon: “O que me fez querer começar a competir foi a vontade de me desafiar”
A ultramaratonista catarinense competiu pela Seleção Brasileira em 2018 e 2019; sempre em provas de mais de 50 quilômetros
Por Marina Martini Lopes
Silvia Durigon é contadora por profissão – mas, em 2012, descobriu uma nova paixão e um novo caminho ao começar a correr. Ela iniciou a prática da corrida com o objetivo de perder peso: corria perto de casa, mas começou a tomar gosto pela coisa, e a perceber outros benefícios da prática esportiva – a ansiedade, por exemplo, diminuiu. Foi quando Silvia decidiu procurar uma assessoria de corrida, e começar a levar a coisa mais a sério.
– O que me fez querer começar a competir foi justamente a vontade de me desafiar. – explica. – Comecei a participar de provas de cinco, dez quilômetros; e tive bons resultados: ganhava, ou ficava em segundo lugar… Em 2015 eu fiz o DESAFRIO, uma prova de 52 quilômetros em Urubici, e fui campeã. Aí decidi migrar de vez para as provas de longa distância.
Natural de Alfredo Wagner e moradora de Florianópolis, Silvia se especializou em provas em trilhas. Em 2018 e 2019 participou da Seleção Brasileira, e competiu na Espanha e em Portugal – onde foi a atleta brasileira de melhor desempenho.
– A maior distância que eu corri foi no mundial de 2018, na Espanha, em que eu corri 90 quilômetros; em trilha, com subidas e tudo mais – ela conta. – Já fiz provas na França, na Itália, sempre acima de 50 quilômetros.
A rotina normal de treinos de Silvia, conciliada com o trabalho, inclui corridas em asfalto de terça a quinta, corridas em terreno off-road aos finais de semana, e treinos funcionais mesmo nos dias em que ela não corre. A pandemia de coronavírus bagunçou um pouco essa rotina: a atleta passou a correr mais perto de casa, para evitar entrar em contato com outras pessoas. Silvia, claro, também é acompanhada de perto por uma nutricionista. E há outro aspecto importante a se considerar:
– Sempre digo que as provas mais longas, especialmente a partir dos 50 quilômetros, são sobretudo mentais – ela afirma – Se a sua mente está bem, se você consegue não focar no esforço, na dor, você cresce na prova. Às vezes eu consigo correr até mais rápido no fim da prova do que no começo dela. Uma das coisas que eu faço em provas é dividir o trajeto em trechos na minha cabeça, em vez de pensar no total que vou ter que correr. Penso coisas como “a primeira etapa já foi; agora vamos para a segunda.”
Quando perguntada a respeito do que diria para mulheres que têm vontade de começar um esporte, mas ainda não o fizeram por insegurança ou vergonha, Silvia responde:
– Estamos em uma sociedade que julga muito pelas aparências. É preciso abstrair algumas opiniões das outras pessoas. – ela diz. – Em 2015, quando fiz minha primeira ultramaratona, o índice de mulheres participantes em relação aos homens era muito pequeno. Hoje esse número aumentou muito. Acho que cada vez mais as mulheres sentem que podem, que têm capacidade de participar de esportes que antes era mais associados aos homens. Nós, mulheres, somos capazes de muito mais do que imaginamos.
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