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Aprendendo com os 3 erros do MDB

Acompanho a vida política em Alfredo Wagner desde que aqui cheguei em 2000. Posso dizer que progredi muito intelectualmente vindo para cá, pois o município é de personalidade rica, variada e muito inteligente.

Ou seja, a gente aprende com os inteligentes.

Em Alfredo Wagner, e talvez também em outras cidades, a política é feita de vais-e-vens, sobe e desce, mais ou menos como os morros que formam o município.

Alguns erros estratégicos foram cometidos ao longo dos 8 anos do governo do MDB. Tenho certeza que você irá concordar comigo ao analisar estes equívocos.

  • Quia nominor, Leo…

O primeiro erro estratégico começa com uma frase em latim… cuja tradução é: Porque me chamo leão. Trecho de fábula de Fedro usado para estigmatizar aqueles que abusam de sua posição ou força, para oprimir os fracos.

Este Fedro era fabulista romano do século I d. C. Nascido na Macedônia, Grécia. Filho de escravos, foi alforriado pelo imperador romano Augusto. Seu nome completo era Caio Júlio Fedro.

Ele escrevia fábulas e em uma delas o personagem é um leão querendo se impor sobre outros animais e sua justificativa era: Porque me chamo leão!

Na política, há pessoas que pensam exatamente assim, esquecendo-se que é preciso ouvir o eleitor.

Porque sou o leão fez muitos partidos perderem votos e amargar um ostracismo do qual não se levantam.

Não ouvir o povo. Eis aí um dos primeiros erros cometidos pelo MDB.

Já em 2017 eu avisei alguns amigos mdbistas que os candidatos que o partido lançaria para a prefeitura em 2020 não possuíam capacidade de aglutinar os votos, a menos que colocassem candidatos piores, com menos chances. O que não foi feito, muito pelo contrário.

  • Desfazer alianças e isolar-se politicamente

O segundo erro, e mais sério, cometido pelo MDB foi acreditar-se suficientemente forte para não precisar de alianças a ponto de eliminar do governo todos aqueles que o apoiaram para chegar ao poder.

Aliança política é como um casamento! A fidelidade deve ser justa e recíproca. Aliados se desgastaram quando foram pouco-a-pouco sendo eliminados dos quadros da administração, ficando apenas alguns sem força politica e sem apoio popular.

Esse desgaste forçou aos desprezados se unirem em aliança e assim derrubar o que parecia um governo forte.

O administrador eleito com o apoio de diversos partidos deve zelar pela permanência deles junto a sua legenda para ter um mandato tranquilo e possibilitar uma reeleição, se for o caso.

Os aliados tem mais chance de conhecer as fraquezas de uma administração, pois estão em contato direto com os bastidores do poder. Um administrador tem que saber lidar com isso e transformar suas fraquezas em força política! Desfazer-se dos aliados demonstra erro grave na política!

  • Ministério Público como acusador e não como aliado

Durante os 8 anos de administração do MDB, o Ministério Público apareceu como investigador e acusador, tendo inclusive obtido o bloqueio de bens do ex-prefeito Naudir, entre outras penalidades.

Teria sido diferente se, por exemplo, a administração tivesse buscado uma parceria com o Ministério Público para fiscalização e controle interno, evitando os desvios e outros erros.

Existem órgãos públicos que favorecem uma administração transparente e poderiam ter ajudado o MDB a evitar mais este erro. Ao não procurar estas instituições, o partido cometeu seu terceiro erro.

E você, leitora, leitor, que erro você considera ter sido prejudicial para a anterior administração?