Conversas de bastidores travadas entre altas autoridades legislativas e representantes máximos da economia brasileira, assinalam para um endurecimento na posição pela Vacinação, ação prioritária para vencer a crise atual.
Informa o Estadão que: “Uma série de nove encontros da cúpula do Congresso com grandes empresários, representantes de bancos e do mercado financeiro resultou num movimento político pela intervenção nos rumos do governo de Jair Bolsonaro.”
Segundo os autores da matéria, Felipe Frazão e André Shalders, o setor econômico ter cobrado urgentemente a demissão dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Enquanto o Presidente Jair e a grande família posam com pedidos de vacinação em massa, Araújo atrapalha as negociações por vacinas e insumos da Índia e da China. A avaliação dos empresários afirmam que Salles, cuja política ambiental brasileira é muito criticada, aparece como obstáculo na relação com Washington, especialmente agora que o País mira as vacinas excedentes dos Estados Unidos.
O atraso do Governo Federal em liberar a aquisição de imunizantes contra a Covid-19, se deve ao fato do desenvolvimento de vacinas brasileiras? Não percebe Bolsonaro que o país poderá ter mais de 1 milhão de mortes quando esta vacinas ficarem prontas para uso?
Quando o Deputado canta…
Regularmente, empresários realizam jantares onde políticos de alto calibre são convidados a “cantar”. Diz o Estadão que “segundo um parlamentar que já esteve no convescote (refeição partilhada, onde cada um contribui com alguma parte -Nota do Editor do JAW), eles se reúnem para tomar vinho e convidam um político para “cantar”. Lira era o convidado principal desta vez. Pacheco já estava em São Paulo e acabou sendo incluído.”
A elite brasileira está preocupada com os avanços da pandemia e a lerdeza com que Jair Bolsonaro administra a crise. O Estadão ainda informa que Lira e Pacheco, antes de cantar no convescote, “haviam passado na casa de Claudio Lottenberg, homem forte do Hospital Israelita Albert Einstein. Lá havia um grupo menor de empresários do setor de saúde. A conversa foi sobre a escassez de sedativos e analgésicos, medicamentos usados para intubação de pacientes com quadro grave de covid-19, em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A falta atinge o SUS e hospitais da rede privada.”
Ou seja, a falência do SUS na pandemia está levando de arrastão a rede privada de assistência à Saúde. Só se pode esperar o pior!
Outro encontro do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco por videoconferência, organizado no último dia 11 pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o presidente da entidade, que reúne grandes construtoras, Luiz Antônio França, afirmou que o objetivo da conversa foi buscar o melhor para a economia. “O que a gente percebe é um alinhamento entre as duas Casas (do Congresso)”, disse França. “E o que é o melhor para a economia? Primeiro, resolver a pandemia. Depois, um país com capacidade de investimento e crescimento”, completou. “A prioridade é vacinar.”
A coisa, entretanto, vai mais além.
Líderes do Centrão afirmam em consonância com empresários e mercado, que diante do fracasso no controle da pandemia, o presidente não terá mais a tolerância do Congresso. “Bolsonaro está no fio da navalha. Se a coisa fugir do controle, se ele quiser fazer tudo do jeito dele, fora da ciência, não tenha dúvida de que nós vamos atropelar”, disse o deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP).
O deputado ainda advertiu que “ninguém” quer afrontar o presidente, mas ele precisa assumir a liderança dentro de uma “racionalidade mundial”, e não na “destemperança” da ala ideológica. “O impeachment está descartado, desde que ele mantenha esse diálogo construtivo. Se tiver ameaça de choque institucional ou sair da racionalidade no combate à pandemia, ninguém vai pular no buraco com ele, não”, concluiu Pinato.
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