Segundo a especialista em mídias sociais, Rejane Toigo, o produtor de conteúdo deve, primeiramente, definir seus objetivos nas redes e compreender bem o DNA de seu conteúdo
A popularidade nas redes sociais não necessariamente se traduz em influência sobre o público. Há perfis de famosos, por exemplo, que por mais que tentem não conseguem modificar o comportamento (consumidor) de seus seguidores para que consumam produtos indicados por eles. A produtora de conteúdo, especialista em mídias sociais e fundadora da Like Marketing, Rejane Toigo, explica que o que define se uma pessoa irá conseguir influenciar o comportamento da outra é sua capacidade de comunicação. “O bom influenciador é aquele que comunica bem, porque sua mensagem é genuína e vem de um desejo de querer ajudar as pessoas”, diz.
Apesar da diferença entre perfis com popularidade e perfis influenciadores isso não significa que não é possível treinar para conseguir se tornar uma pessoa/empresa/marca capaz de influir sobre o comportamento de consumo de seus seguidores. De acordo com Rejane, é possível, mesmo para quem está iniciando uma audiência, desenvolver mecanismos para ser eficiente na comunicação, tornando-se assim um influenciador efetivo. “Isso está relacionado com o conteúdo que se irá produzir – textos, fotos, vídeos. Tudo tem potencial de gerar uma conexão forte com o público”, explica.
Antes, porém, de adentrar mais a fundo ao universo do conteúdo, Rejane destaca que a pessoa/empresa/marca que deseja produzir conteúdo que gere mais conexão com os seguidores necessita definir uma estratégia para se estabelecer nas redes sociais. “Antes de tudo, deve-se determinar quais são seus objetivos nas redes, pois assim se torna mais fácil encontrar os mecanismos necessários para alcançar estes objetivos”, diz.
O segundo passo é compreender bem o DNA do conteúdo que se tenciona produzir. Conforme a especialista em mídias sociais, a pessoa/ empresa/marca necessita encontrar sua personalidade própria, algo que a diferencie de seus concorrentes, e que deve se refletir nos vídeos, nas fotos, no texto, nos assuntos e na forma de seu conteúdo. “As pessoas irão se conectar com seu perfil de forma especial porque ele será especial”, afirma.
Rejane enfatiza que a criação de um bom conteúdo não passa apenas pelo que se diz, mas também por como se diz. “Conteúdo é também a forma como a informação é transmitida”, diz. De acordo com a produtora de conteúdo, é pela maneira que a pessoa/ empresa/ marca se expressa em seu perfil que a experiência será vivenciada pelas pessoas. “O que você fizer as pessoas sentirem é o que irá te fixar na mente delas”, complementa.
Para estabelecer uma estratégia de conteúdo que atinja este objetivo são necessários três passos fundamentais. Primeiramente, é preciso definir a persona de sua marca, ou seja, para quem você quer falar. Essa persona não deve ser confundida com o público-alvo, sendo mais específica que este. “A persona é a representação do meu cliente ideal de forma mias humanizada e personalizada”, diz Rejane.
O segundo passo é definir as linhas editoriais, ou seja, decidir sobre o que o perfil irá falar com as pessoas. “Determinar com clareza as linhas editoriais é importante para saber quais universos serão abordados e quais não serão abordados e também como será feita a ligação entre as linhas abordadas, ou seja, como os assuntos serão contextualizados”, comenta a especialista em mídias sociais.
Já o terceiro e último passo de uma estratégia de conteúdo que pretende se conectar com as pessoas é transformar as linhas editoriais e a persona em um calendário de conteúdo. “Dessa forma será possível organizar melhor a produção, o que irá permitir um processo mais ágil e eficiente”, explica a produtora de conteúdo.
Sobre a elaboração de uma boa estratégia de conteúdo, Rejane acredita ser importante mencionar também o conceito de jornada de conteúdo – uma forma de garantir que a pessoa a quem está sendo destinado o conteúdo esteja acompanhando o que está sendo produzido e percebendo seu valor. Para isso, de acordo com a especialista em mídias sociais, é preciso prestar atenção às etapas dos processos dessa jornada que ocorrem no chamado funil de conteúdo. Os conteúdos produzidos precisam levar em consideração estas etapas.
Rejane explica que o topo do funil se refere ao público que ainda não conhece a marca. Dessa forma, o conteúdo produzido deve almejar atrair a atenção destas pessoas para o que está sendo divulgado. Por sua vez, o meio do funil remete aos que já foram atraídos. Nesse ponto, o conteúdo deve ter o intuito de fixar a presença da marca na mente do usuário. Já a terceira etapa do funil é a da conversão. Aqui o conteúdo precisa ser realizado para que o conhecido se torne um cliente. Por fim, há a etapa de “reconversão”. Nela, o objetivo é fazer com que o comprador se convença de que deve passar por toda as etapas novamente.
Patrícia Jimenes
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