Quando descobri que Alfredo Wagner não foi destino da Imigração Alemã, fiquei muito surpreso! A publicação feita na Alfredo Wagner em Revista – Jubileu de Diamante 1961/2021 na página 6 não é bravata de escritor, mas fruto de pesquisas fundamentada em fatos históricos.
Confesso que também fiquei triste quando, estudando a história de Alfredo Wagner, descobri que a cidade não tinha origem alemã…
O quê aconteceu, então, para que uma fakenews se tornasse uma “verdade” publicada até mesmo em livros e sites?
Em psicologia o fato é conhecido como: “a ilusão da verdade”. Diz o site da BBC: “A máxima de que `basta repetir uma mentira para que ela se torne verdade` é uma das regras básicas da propaganda política, constantemente atribuída ao nazista Joseph Goebbels. Entre psicólogos, é conhecida como efeito da `ilusão da verdade`.
“Os resultados, continua a BBC falando sobre experimentos realizados, mostram que as pessoas tendem a avaliar como sendo verdade afirmações que elas já ouviram antes, mesmo que sejam falsas. Isso porque simplesmente soam mais familiares.”
Na história dos municípios este efeito é muito comum. As memórias de comunidades costumam durar 1 geração, mais ou menos, Em torno de 25 anos. O fato, ao ser contato, será aumentado e modificado, transformando em fatos inventados.
O trabalho de um historiador não é fácil! Nós devemos buscar nas fontes escritas o fato real e restabelecer a verdade, ainda que a maioria já esteja acostumada com a fakenews transformada em “verdade” pela repetição contínua e metódica.
Vamos às 5 Verdades sobre a Imigração Alemã em Alfredo Wagner:
- Alfredo Wagner não foi destino de grupos de imigrantes germânicos como foram as cidades de São Pedro de Alcântara, Colônia Santa Isabel, Blumenau, Joinvile, Itapiranga, São Martinho, Itajaí, etc.
- Ao chegarem ao Brasil os imigrantes germânicos buscavam a naturalização e registravam os filhos logo que nasciam como brasileiros. Portanto, qualquer movimentação de migrantes entre as colônias eram de brasileiros natos em sua maioria.
- A Colônia Militar Santa Teresa (atual Catuíra) foi destino de dezenas de filhos e netos de imigrantes que requeriam o engajamento como soldado colono, recebendo soldo e terras, em troca de parte do tempo a serviço do Exército brasileiro. Estes pedidos eram individuais. Grupos de imigrantes não requereram o engajamento. O Patrono do Município, Alfredo Henrique Wagner, era brasileiro nato, neto de imigrante alemão.
- A Companhia Colonização e Indústria de Santa Catarina, dirigida por Carlos Napoleão Poeta em fins do século XIX (quando já não havia mais fluxo de imigrantes europeus para o Sul do Brasil) foi responsável pela distribuição e venda de terras até a década de 30 do século XX. Ela não recebeu grupos de imigrantes vindos da Europa, mas indivíduos e suas famílias. Os compradores de suas terras eram brasileiros de diversas etnias, incluindo: alemães, italianos, poloneses, luxemburgueses.
- As principais colônias e origens de seus colonizadores (grupos mais numerosos) Fonte: Wikipedia
– Colônia Dona Francisca (hoje Joinville e região): Prússia, Oldemburgo, Mecklemburgo, Pomerânia, Schleswig-Holstein, Hannover, Braunschweig, Silésia, Brandenburgo, Westfalia, Saxónia, Suíça, Império austro-húngaro, Escandinávia, Rússia (teuto-eslavos diversos)
– São Paulo de Blumenau (hoje Blumenau e região): Prússia, Oldemburgo, Mecklemburgo, Pomerânia, Schleswig-Holstein, Hannover, Braunschweig, Silésia, Brandenburgo, Westfalia, Saxónia [1]
– Colônia Leopoldina (hoje Antônio Carlos): Renanos (da região do Hunsrück) e luxemburgueses.
– Colônias da Hansa (hoje Corupá e Ibirama): Prússia, Oldemburgo, Mecklemburgo, Pomerânia, Schleswig-Holstein, Hannover, Braunschweig, Silésia, Brandenburgo, Westfalia, Saxónia, Suíça, Império austro-húngaro, Escandinávia, Rússia(teuto-eslavos em geral).
– Colônia São Pedro de Alcântara: Renanos (da região do Hunsrück) e luxemburgueses.
– Colônia Teresópolis: Renanos (da região do Hunsrück) e luxemburgueses.
– Colônia Itajahy (hoje Itajaí): Baden, Oldemburgo, Schleswig-Holstein, Hannover, Pomerânia, teuto-eslavos(poloneses e russos)
– Colônia Espontânea do Braço do Norte- Bônus – O quê foi a Imigração alemã em SC:
A Imigração alemã no Brasil e especialmente em Santa Catarina foi o deslocamento organizado de grupos formados por centenas de pessoas com destino definido e determinado pelos organizadores e pelo Governo do Brasil. Imigrações individuais, ou mesmo familiares sempre ocorreram, mas a formação de grupos específicos requeria contato entre governos e uma organização que previamente visitava o local onde deviria alojar os imigrantes, determinando a salubridade e facilidade agrícola. Grupos selecionados vieram em diversas ocasiões estabelecendo-se nas cidades mencionadas acima. Números atuais: - – População total: 3,6 milhões de descendentes em 1986 (segundo Born e Dickgiesser); 3,6% da população brasileira em 1999 (segundo Schwartzman); 5 milhões de descendentes em 2004 (segundo o Deutsche-Welle)
- – Regiões com população significativa: Principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. Presença relevante no centro-sul de Minas Gerais, interior dos estados de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Migrações internas por todo o país.
- – Línguas: Português. Minorias falam alemão e seus dialetos, sobretudo o hunsrückisch, um alto dialeto alemão, e a língua pomerana.
- – Religiões: Predominantemente o cristianismo, principalmente o luteranismo e o catolicismo.
- Bônus – O quê foi a Imigração alemã em SC:
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