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Recenseadores do IBGE ameaçam entrar de greve nacional, caso o IBGE não se pronuncie sobre as condições de trabalho

Em três semanas de coleta de dados, aproximadamente 43 milhões de pessoas já responderam ao questionário do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 19 milhões de domicílios já foram visitados em todo o território nacional brasileiro. De acordo com o instituto, as comunidades quilombolas terão à sua população recenseada a partir deste Censo Demográfico.

No entanto, muitos recenseadores contratados (temporário) pelo IBGE estão denunciando problemas e com dificuldades para fazer a coleta da população:

  • Veiculação das notícias falsas
  • Deslocamento em áreas perigosas ou de difícil acesso
  • Ameaças, agressões (verbais e físicas) e o assédio sexual
  • Abuso de autoridade
  • Falta de assistência da supervisão com a sua equipe em campo
  • Divergência de informações prestadas durante o treinamento e na prática, como por exemplo, o fechamento do setor censitário (% do número de ausentes e recusas)
  • Desligamento sem ou com justa causa sem justificativa
  • Falta de divulgação (outros meios de comunicação: outdoor, carro de som e outros)
  • Ausência da ajuda de custo do treinamento (realizado em julho);

Muitos recenseadores do IBGE estão ameaçando entrar de greve nacional contra a falta de pronunciamento do Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre a precarização das condições de trabalho aos contratados para a realização do Censo Demográfico.

O Matheus (nome fictício) criou vários grupos no WhatsApp para coletar as reclamações dos recenseadores dos 26 estados e do Distrito Federal e confeccionou uma carta aberta para o presidente do IBGE [veja abaixo] para cobrar um posicionamento sobre às falhas na prestação de serviço da coleta.

NÓS A UNIÃO DOS RECENSEADORES DO BRASIL, GRUPO PACIFICO, INDEPENDENTE E DE LIVRE INICIATIVA, GOSTARÍAMOS DE COMUNICAR AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA SOBRE AS LESÕES AOS DIREITOS DOS RECENSEADORES.

INCIALMENTE, GOSTARÍAMOS DE PONTUAR OS FREQUENTES E COSTUMEIROS ATRASOS EM RELAÇÃO AOS PAGAMENTOS DA CATEGORIA. DIVERSOS RECENSEADORES TÊM NOS RELATADO QUE NÃO RECEBERAM A AJUDA DE CUSTO RELACIONADO AO TREINAMENTO, TÃO POUCO A AJUDA DE CUSTO RELACIONADA AO DESLOCAMENTO PARA EXECUTAR O RECENSEAMENTO. ESSA FALTA DE REGULARIDADE NOS PAGAMENTOS ESTÁ COMPROMETENDO A EXECUÇÃO DO SERVIÇO, ONDE UMA GRANDE PARCELA DA CATEGORIA NECESSITA DESLOCAR-SE ATRAVÉS DO TRANSPORTE COLETIVO, LOCAL E OU REGIONAL.

NÃO OBSTANTE, AS DESENCONTRADAS INFORMAÇÕES TÊM GERADO INSEGURANÇA E ANSIEDADE PARA TODA A CATEGORIA. TRATANDO-SE DE REPERCUSSÃO GERAL, CHEGOU AO CONHECIMENTO DOS RECENSEADORES, QUE SÓ PODERÍAMOS ENCERRAR O TRABALHO NO SETOR CENSITÁRIO SE TIVERMOS APLICADOS QUESTIONÁRIOS A 95% DE TODO O SETOR. A CATEGORIA É UNÂNIME EM SOLICITAR A RECONSIDERAÇÃO DESTE CRITÉRIO, TENDO EM VISTA QUE A INFORMAÇÃO NÃO NOS FOI PASSADA EM TREINAMENTO E TAMBÉM NÃO CONSTA NO MANUAL DO RECENSEADOR. SOMOS REMUNERADOS POR PRODUÇÃO, LOGO NOSSO INTERESSE SERIA FAZER “110%” DO SETOR CENSITÁRIO; PARADOXALMENTE ENCONTRAMOS, NOS DEBATEMOS COM DIVERSAS SITUAÇÕES ONDE O CIDADÃO É TAXATIVO EM AFIRMAR QUE NÃO VAI PRESTAR AS INFORMAÇÕES AO IBGE, NÃO NOS DANDO OUTRA ESCOLHA. 

OUTROSSIM, GOSTARÍAMOS QUE V.Sª, ANALISASSE A CONCESSÃO DE UM VALOR DE AJUDA DE CUSTO QUE SEJA SUPERIOR AO TRANSPORTE COLETIVO, EXERCEMOS ATIVIDADE PENOSA, ESTAMOS EXPOSTOS NA RUA ONDE MUITAS VEZES TEMOS A NECESSIDADE DE COMPRAR UMA ÁGUA OU FAZER UM LANCHE PARA POSTERGARMOS O TRABALHO DE COLETA.

FACE AO EXPOSTO, QUE TEMOS ORGULHO EM INTEGRAR UMA DAS FUNDAÇÕES MAIS RESPEITADAS DO PAÍS. O CENSO É FUNDAMENTAL PARA ALIMENTAR A BASE DE DADOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, E DESTA FORMA OS ENTES FEDERATIVOS PODERÃO GERIR OS RECURSOS PÚBLICOS DA MELHOR MANEIRA POSSÍVEL. CERTO DE SERMOS ATENDIDOS, GOSTARÍAMOS DE AGRADECER ANTECIPADAMENTE VOSSOS ESFORÇOS.

Até o fechamento desta reportagem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) ainda não enviou nenhuma nota oficial sobre o assunto e tão menos se pronunciaram em seus canais de comunicação para à imprensa e comunidade.


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