Coletivo criado com foco em acolher mulheres em situação de vulnerabilidade social agora é Instituto Brazilinas, associação sem fins lucrativos, e entra para o rol de projetos sociais a serem prototipados como startups
Daquelas histórias inspiradoras e que comprovam a frase: “Sonho que se sonha junto é realidade” ou o famoso slogan: juntos somos mais fortes.
Criado em 2020 como Coletivo Brazilinas, em meio a pandemia, por um grupo de mulheres que tinham como propósito comum a vontade de contribuir com outras mulheres, principalmente aquelas que se encontravam em situação de vulnerabilidade social e exposição a riscos, como abusos e violências, o Instituto Brazilinas neste ano de 2022 avançou ainda mais em seu propósito de contribuir para a conscientização sobre a violência de gênero oferecendo acolhimento e outras ações de empoderamento feminino como as de captação profissional para as vítimas.
Em 23 de setembro, o Brazilinas passou a ser um Instituto com estatuto social formalizado, o que permite participar de eventos para captação de recursos e interessados em investir no Projeto Social.
O Brazilinas traz em suas premissas que as mulheres em situação de vulnerabilidade e que passam por situações de violências podem ter sua renda familiar impactada, bem como a redução efetiva de expectativa de vida.
Daniele Costa, idealizadora, fundadora e presidente do Instituto Brazilinas declara: “Atuando há dois anos a frente do Brazilinas pude ver o quanto a união de pessoas com propósito pode, sim, fazer a diferença na vida de outras e quando se fala em impacto social, isso é exponencial.”
Ela completa: “o Brazilinas acredita que todas as pessoas podem e devem ser protagonistas da própria história e que muitas vezes mulheres vítimas de violência de gênero se encontram com o psicólogo extremamente abalado para conseguir romper sozinha com o ciclo de violência, por isto, apostamos em acolhimento e em ações práticas que contribuíam para o empoderamento feminino e ofereçam a estrutura necessária para que consigam sair da violência e mudar sua vida incluindo a independência financeira”.
Entre os princípios do Brazilinas estão: a disseminação de consciência sobre a violência de gênero, em todos os seus aspectos;
a defesa dos interesses das mulheres e a busca pelo protagonismo feminino, para garantir a conquista da efetiva igualdade de direitos entre mulheres e homens, e o aumento da participação das mulheres em todos os espaços de decisão; incentivo e colaboração para a mobilização da sociedade, por meio do olhar feminino, com vistas à adoção de ações práticas e efetivas, inclusive de políticas públicas, que colaborem e contribuam de forma decisiva para a construção de soluções concretas para a proteção das mulheres; o respeito aos direitos humanos;
o repúdio aos preconceitos e discriminações de qualquer natureza, conforme definidos em lei;
a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e a eficiência; promoção do bem-estar social (medidas de apoio à maternidade, saúde preventiva não relacionada ao trabalho, educação e cultura), saúde psicológica e ambiente livre de assédio, ambiente livre de discriminação, oportunidades iguais.
Parceria com curso de Design da Universidade Presbiteriana Mackenzie
E neste ano de 2022, o Brazilinas avançou mais e foi convidado a participar do rol de projetos como objeto de plano de estudo e trabalho dos alunos de Design da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. O foco é identificar os principais entraves e problemáticas no fluxo do projeto e propor melhorias na prototipagem visando a startup.
Daniele Costa, presidente do Brazilinas, diz que este modelo de plano de estudo e trabalho adotado pela Universidade Mackenzie deveria se estender às demais universidades do país.
Já foram realizadas as primeiras reuniões com os estudantes, em trocas de experiências únicas entre os alunos e os participantes do Instituto – atualmente o coletivo conta também com homens que acreditam na importância da equidade de gênero – e em breve o Instituto Brazilinas divulgará o andamento das novas propostas e atividades.
Instituto Brazilinas
No início da pandemia e do isolamento social, Daniele Costa teve a inspiração de reunir um grupo de mulheres que também tivessem o propósito de contribuir para a construção de uma sociedade realmente igualitária e com equidade de gênero.
O nome Brazilinas foi inspirado na saudosa assistente social Brazilina, sogra de Daniele, que atuou por 30 anos no Serviço Social na cidade do Rio de Janeiro.
Mulheres de diversas regiões do país gostaram do projeto proposto pela Daniele e através de reuniões online foram traçando e realizando o Coletivo Brazilinas com diversas ações concretas acontecendo desde o início como a parceria com a Casa Noeli, entidade que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica, em Ariquemes, Rondônia.
Primeiras ações do Brazilinas
Inicialmente, o Brazilinas realizou ações voltadas para arrecadação de recursos financeiros, suprimentos e equipamentos de proteção individual, que eram as demandas mais urgentes das entidades escolhidas e apoiadas pelo Grupo.
Foram duas campanhas de arrecadação de verba por meio da Plataforma Solidário Brasil, totalizando R$ 10.751,00 para as duas entidades parceiras que já desenvolvem trabalhos com mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade: Casa Noeli, em Ariquemes, Rondônia; e em prol do Programa Apolônias do Bem que reúne dentistas voluntários de todo o Brasil que atendem mulheres que sofreram agressões físicas e tiveram sorrisos, rosto, bocas e dentes atingidos.
Curso de Capacitação Brazilinas
O projeto piloto do curso de capacitação do Brazilinas foi desenvolvido para as mulheres assistidas pela Casa Noeli. Já foram realizados 6 ciclos com aulas focadas em empoderamento pessoal, autoestima, educação financeira, descoberta de talentos e habilidades, marketing digital, entre outros. E mais de 100 mulheres já foram impactadas, algumas gravaram depoimentos que podem ser conferidos no Instagram https://instagram.com/instituto_brazilinas?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Em 2021 o coletivo que até então contava apenas com mulheres passou a contar com um voluntário homem e agora em 2022 mais um homem entrou para equipe de voluntários, mostrando que mulheres e homens podem e devem caminhar juntos para a construção de uma sociedade realmente igualitária.
Suzana Elias Azar
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