*Por Pedro Signorelli
Há algum tempo éramos ensinados, isso lá na 5ª série, que no nosso planeta existiam recursos de dois tipos, os renováveis e os não renováveis. Por isso, crescemos com uma mensagem no subconsciente que era importante fazer um uso racional dos recursos que temos à disposição.
A verdade é que nos acostumamos a utilizar os recursos disponíveis com tal velocidade que os que chamamos de renováveis também poderiam ser classificados como não-renováveis. É bastante provável que a maioria das pessoas nem tenha se dado conta disso.
E esse tipo de pensamento, incutido lá atrás, começa a dar efeito nos tempos de hoje, e também é alimentado pela discussão a respeito das mudanças climáticas e ambientais que o mundo sofre. De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, 82% dos executivos brasileiros dizem que investir em práticas ambientalmente sustentáveis traz benefícios econômicos de longo prazo.
Esse dado evidencia que a busca pelo crescimento ou pelo lucro deve considerar a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Por muitos anos, ouvimos que era necessário que as corporações buscassem crescer a qualquer custo, e o meio ambiente passava à margem desta discussão.
Na atualidade, no entanto, o pensamento no meio executivo é quase que 100% contrário. No início, apostar em crescer sustentavelmente pode gerar mais despesas, como o uso do papel sulfite, por exemplo. É claro que as empresas continuam e continuarão visando o lucro, essa é uma razão fundamental de sua existência, porém, se demonstram mais abertas a considerar outros elementos, como a saúde física e mental dos colaboradores. Essa demonstração de mudança de pensamento é importante para que possamos enxergar que, apesar de ainda estar longe do ideal, temos evoluído quando o assunto é a corrida do lucro empresarial.
Esse comprometimento com o meio ambiente deve fazer parte da estratégia da empresa, do seu dia a dia, portanto. Numa gestão por OKRs – Objectives and Keys Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, deve aparecer nos objetivos da companhia e assim ser entendido e praticado rotineiramente por todos, do CEO ao estagiário. Inclusive, toda decisão em prol do planeta pode e deve ser descrita nos OKRs, ferramenta de gestão ágil que tem em suas premissas a contribuição bottom up por parte dos colaboradores de uma empresa, independente de seu cargo, onde eles podem ser convidados a propor contribuições para esta agenda. Isso além de tornar mais fácil a prática de medidas sustentáveis, engajará mais pessoas.
No fim, o mais importante é evoluírmos nossa consciência em torno desta agenda sustentável do ponto de vista da natureza (ESG) e do homem (saúde mental), em que o lucro ceda mais espaço para estes temas, e que eles possam caminhar unidos, e que não seja feito a qualquer preço ou a qualquer custo.
*Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKR. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
Thiago Tertuliano
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