As madeiras brasileiras mais cobiçadas pelo mercado são mogno, jacarandá e ipê. Nos Estados Unidos, as espécies predominantes são carvalho-vermelho e branco.
Com produtos derivados de árvores cada vez mais diversificados, a tendência crescente das variações do uso da madeira traz muitos benefícios para construções de casas, prédios, estruturas, móveis, objetos, entre outros. Tudo isso requer um fornecimento de madeiras que sejam de alta densidade, de fácil manuseio e que possam ser adaptáveis.
Entre os maiores fornecedores e consumidores de madeira de alta densidade, destacam-se a América do Norte, Estados Unidos, China e Canadá. Entre os países que mais recebem essas madeiras importadas estão China, Canadá, México e Reino Unido, segundo o US Bureau of Census. Segundo levantamento de dados do ComexStat, o Brasil também tem um mercado de peso, mas mais forte nas exportações: o Rio Grande do Sul se destaca como o maior exportador de madeira bruta do país (57%).
Nos Estados Unidos, os processos de transporte de madeira de alta densidade são feitos em grande parte por caminhões e exportados por navios, o que garante a preservação das baixas emissões de CO2 que os materiais carregam consigo. “Ao optar pelo uso da madeira em seus projetos, na maioria das vezes o consumidor visa que o resultado seja o mais sustentável possível, evitando materiais que poluem o meio ambiente e que sejam de difícil descarte”, explica Luis Zertuche, Diretor Regional do AHEC para a América Latina.
As madeiras brasileiras mais cobiçadas pelo mercado são mogno, jacarandá e ipê, de acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já nos Estados Unidos, as madeiras que dominam naturalmente são o carvalho vermelho e o carvalho branco. Enquanto na Ásia, as espécies mais desejadas são o ébano macassar, indian laurel, merbau, teca, jacarandá indiano e black palm.
“A madeira é um material incrivelmente variável e não existe uma espécie individual de madeira capaz de realizar todas as tarefas que você deseja que ela faça. Existem milhares de tipos diferentes de árvores que crescem no planeta e cada uma produz madeira com diferentes características e propriedades que serão adequadas para diferentes usos finais”, contextualiza Zertuche.
As madeiras americanas de alta densidade, por exemplo, são muito utilizadas em países mais frios para a construção de casas. No entanto, também são matérias-primas extremamente utilizadas para fabricar móveis, pisos, gabinetes, entre outros.
Existem pelo menos 60 mil espécies diferentes de madeira no mundo que foram descobertas até agora e apenas uma pequena proporção dessas espécies é comercializada. Segundo Zertuche, “você pode precisar de uma madeira durável para um projeto, embora as madeiras americanas de alta densidade não sejam naturalmente repelentes a insetos, quando usadas em ambientes internos controlados com a instalação adequada, você pode obter uma aplicação durável, você sempre pode escolher uma espécie de acordo com a aparência e a necessidade do projeto ou do móvel que você projetou, ou pode optar por uma madeira de baixo custo para aplicações estruturais simples. Escolhas no mercado dependendo de onde você está exportando seus produtos e móveis“, disse ele.
O carvalho branco americano, por exemplo, é frequentemente usado para fazer janelas e portas, com alguns fabricantes na Europa usando-o em toda a sua gama de produtos. Há pelo menos um exemplo na Índia de um fabricante fazendo a mesma coisa. Com sede em Gurgaon, a Artius Interior Products fabrica sistemas de janelas e portas de madeira desde 2011 para vilas e bangalôs em todo o país, oferecendo molduras de carvalho branco americano laminadas coladas como parte de sua linha de produtos. Neste caso, um bom design aliado a uma boa tecnologia e um bom entendimento do material tem sido o segredo do sucesso.
Certas espécies são mais duráveis que outras tendo maior resistência às intempéries e maior estabilidade dimensional, tornando-as mais adequadas para uso externo. “A teak é um bom exemplo e séculos de uso na Índia demonstraram isso, enquanto outras madeiras densas e tropicais também têm sido amplamente utilizadas em muitas situações extremas ao ar livre e até mesmo em contato permanente com a água”, sinaliza Zertuche.
Em países tropicais, como o Brasil, vemos uma variedade maior de espécies de madeiras e muitas ainda não catalogadas – o que também exige uma atuação mais consistente de órgãos reguladores. Além disso, para o Diretor Regional do AHEC o Brasil é um mercado promissor quando se trata de sustentabilidade, arquitetura e design, já que o país possui uma vasta gama de espécies da matéria-prima e também um mercado já experiente no setor da madeira e agronegócio. Para se ter uma ideia da dimensão de quanto esse insumo já representa dentro do Brasil, de acordo com dados apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no último ano, a exportação de madeira bruta pelo país cresceu 650% nos últimos cinco anos, somando uma receita bruta de US$ 2,36 milhões no período.
Sobre o American Hardwood Export Council (AHEC)
A American Hardwood Export Council (AHEC) é a principal associação comercial internacional para a indústria de madeira de lei americana, representando os exportadores comprometidos entre as empresas de madeira de lei, que agora comercializam e vendem seus produtos em volumes significativos em todo o mundo. Por mais de 30 anos, a AHEC tem estado na vanguarda da promoção internacional de madeira, construindo com sucesso uma marca distinta e criativa para madeiras de lei americanas. Ao reconhecer o papel fundamental que o design desempenha no uso bem-sucedido e inovador de madeiras duras, a AHEC ajuda a indústria americana de madeiras duras a desenvolver novas oportunidades ao construir um relacionamento com a comunidade global de design. Na Europa, a AHEC é conhecida por suas colaborações imaginativas e ambiciosas com arquitetos e designers para destacar o potencial e inspirar mais uso desses materiais sustentáveis.
Évelin Sala |
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