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Cresce número de mulheres brasileiras que pedem visto americano de residência permanente

Igualdade salarial, segurança e educação dos filhos são fatores considerados para a mudança.

“Lugar de mulher é onde ela quiser”, diz o ditado, inclusive à frente de um processo de imigração. Dados da Dell’Ome Law Firm, escritório com sede em Nova York, especializado em imigração para os EUA, indicam que cresceu 260% de 2020 para 2023 o número de casos de mulheres aprovadas como beneficiárias principais em processos de imigração para os Estados Unidos. No escritório, elas representam 28% dos clientes aprovados que encabeçam os processos de Green Card.

O banco de dados da Dell’Ome Law Firm mostra que essas mulheres estão na faixa de 35 anos até 54 anos. Essa informação é relevante porque nos pedidos de Green Card por qualificação profissional, visto EB-2 NIW, é preciso que o imigrante comprove formação adequada e boa trajetória profissional. Para as brasileiras isso não é um desafio, já que uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres são a maior parte das pessoas escolarizadas e graduadas no país.

Outra constatação do escritório especializado em imigração para os EUA é a de que no caso dos casais com filhos, é da mulher a decisão da expatriação. Pesam dois fatores: violência e melhores oportunidades para educação dos filhos. “Mesmo nos processos no qual o homem é o principal candidato ao visto, o sim vem da mulher, que acaba no papel de líder da família”, explica Liz Dell’Ome, advogada brasileira fundadora da Dell’Ome Law Firm.

Com relação ao perfil das mulheres que pedem o visto EB-2 NIW, que possibilita a imigração e garante o Green Card mesmo sem uma oferta de emprego, elas estão nas áreas de Pesquisa Científica, Tecnologia, Engenharia, Educação, Gestão, Artes, entre outros, e buscam principalmente, igualdade salarial. Enquanto no Brasil a diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função é de 22%, segundo indicadores do relatório Global Gender Gap Report de 2020, nos Estados Unidos as mulheres ganham 99 centavos de dólar para cada 1 dólar que um homem recebe, informa a Bureau of Labor Statistics, a secretaria de estatísticas trabalhistas dos Estados Unidos.

Ainda existe, sim, desigualdade salarial nos Estados Unidos, isso é óbvio e a própria estatística comprova. Nenhum país do mundo ainda alcançou a igualdade de gênero, mas os Estados Unidos já deram passos históricos para resolver o problema ao lançar um programa pioneiro, mundial, de equidade e igualdade de gênero. O documento ressalta o compromisso do governo americano em promover os direitos e oportunidades de mulheres, meninas e pessoas LGBTQI+ em toda a sua diversidade, tanto nos Estados Unidos como em todo o mundo, o que não é visto em outros países”, explica Liz Dell’Ome.

Além disso, de acordo com a advogada, que imigrou para os EUA em 2016, é consolidada nos EUA a crença de que a igualdade e a equidade de gênero são um imperativo moral e estratégico para o país, o que abre novas oportunidades para cidadãs e mulheres imigrantes.

Caso de sucesso

Liz Dell’Ome tem 31 anos, é fundadora do Dell’Ome Law Firm,  advogada licenciada no estado de Nova York (NY BAR – EUA). Fundou a Dell’Ome em 2020, depois de experiência adquirida em um escritório de expatriação. Hoje lidera uma equipe de quase 40 pessoas e trabalha no processo de imigração de empresários de mais diversos setores da economia, jornalistas, pilotos, médicos, cientistas, entre outros.  Além de mulher jovem empreendedora, é membro da Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA), graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em Direito pela Florida International University (FIU).


ELA Comunica
Priscyla Costa
Sócia


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