Evento foi realizado na aldeia M’Biguaçu em Santa Catarina e contou com presença da procuradora da República Analúcia Hartmann representando o MPF
Fotos: Comunicação/MPF
O Ministério Público Federal (MPF) foi representado nessa segunda-feira (24) na posse do novo coordenador da regional litoral sul da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Hyral Moreira. O evento foi realizado na casa de reza da aldeia indígena M’Biguaçu, no município de Biguaçu (SC).
Representando o MPF, a procuradora da República Analúcia Hartmann agradeceu o convite: “Eu sempre me lembro, nesses momentos, que conheci o Hyral adolescente, uma jovem liderança em 1995, quando eu comecei a trabalhar com os Guarani aqui do litoral. E vim aqui, para Biguaçu, quando vocês estavam construindo ainda as primeiras casas. E hoje a gente vê essa casa de reza tão bonita”.
“É com muita emoção que eu falo da esperança que nós, Ministério Público Federal, temos nessa nova fase da luta do movimento indígena para recuperar, para retomar suas terras e para ter o respeito que eles merecem dentro da sociedade brasileira. Então, eu só posso agradecer pelo convite e homenagear todos os indígenas que estão aqui presentes, nas pessoas dos seus caciques, e formular, para o agora coordenador Hyral, toda a felicidade do mundo, sabendo que poderá contar sempre conosco”, ressaltou Analúcia.
Hyral destacou que “nunca tivemos um indígena à frente da Funai, que foi criada justamente pra cuidar do nosso povo. Fiquei muito feliz quando a Joenia Wapichana assumiu o cargo mais alto dentro desse órgão. Hoje, no Ministério dos Povos Indígenas, a Funai é um órgão principal. Antes, dentro do Ministério da Justiça, ela ficava numa caixinha. Então, era muito dificultoso conseguir orçamento. E hoje o orçamento principal vai para a Funai”.
Hyral disse que aceitou o desafio da coordenação na Funai “porque eu acredito que a gente não vai reconstruir a Funai, a gente vai construir uma Funai dentro do Ministério dos Povos Indígenas. Tenho uma proposta de fazer parcerias, porque, até então, a Funai era, de certa maneira, um órgão tutor dos povos indígenas. E não é bem assim. O Estado brasileiro distribuiu a responsabilidade com relação aos povos indígenas também aos estados e municípios”.
Para Hyral, “esse momento é histórico. Eu acredito que, em todos os lugares onde os indígenas estão assumindo as coordenações, provavelmente estão fazendo essa cerimônia de posse num formato diferente, quebrando os protocolos. A ideia é trazer os parceiros e os amigos para conhecer a aldeia, ver a realidade da aldeia, sentir a vibração de como o povo tradicional se manifesta num momento tão importante”. Ele finalizou, afirmando que “dentro da cultura Guarani, a casa de reza é o coração da aldeia e o que se decide, o que se fala aqui está sendo transmitido diretamente para o Universo. Porque aqui o que a gente pede vai acontecer. E o que eu peço muito é proteção, porque temos um desafio enorme”.
Além de várias autoridades presentes, como a deputada federal Ana Paula Lima, representando o presidente da República, e o prefeito do município, a posse foi prestigiada por vários caciques Guarani do litoral de Santa Catarina e pelo líder espiritual daquele povo, Alcindo Wera Tupã.–
Assessoria de Comunicação Social
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