A confusão é grande pois há aqueles que mencionam Trabalho, enquanto outros mencionam Trabalhador. Qual delas deve ser usada?
Voltemos ao ano de 1924, o Brasil era governado por Arthur Bernardes que havia enfrentado nos anos anteriores grandes greves nacionais. Preocupado com a situação e a possibilidade de “azedar”, ainda mais, as relações entre patrões e operários, o Presidente Bernardes decretou o 1º de Maio como uma data especial dedicada ao Trabalhador.
Isso mesmo, primeiro o dia era dedicado ao Trabalhador: “Artigo único: é considerado feriado nacional o dia 1 de maio, consagrado à confraternidade universal das classes operárias e à comemoração dos mártires do trabalho; revogadas as disposições em contrário“, diz o documento de 1924.
Entre as medidas promulgadas pelo governo estavam a garantia de assistência médica e aposentadoria para os ferroviários em 1923 e a que regulamentou as férias remuneradas. Estes benefícios foram depois sendo incorporados por outras categorias também.
Como no Brasil, tudo o que é bom, pode ficar melhor ainda, quando Getúlio Vargas assumiu, ele deslocou o foco do pessoal (trabalhador) para o geral (trabalho) e a data que era sempre vista como ocasião para manifestações, greves, distúrbios sociais, passou a oportunidade para festas, desfiles cívicos.
Na cabeça do ditador, ele já havia dado muitos benefícios aos trabalhadores, então não precisava mais manter um dia para eles.
E assim foi seguindo a data, que durante muito tempo foi só um feriado até que movimentos sociais resolvessem reativar a ideia de reivindicar direitos nesta ocasião.
O dia é do Trabalhador (em qualquer categoria, não mais só os operários) pois não há um decreto transformando este dia em dia do Trabalho!