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“Um sonho que virou o meu pior pesadelo”- Amanda Souza O caso da influencer que teve PMMA aplicado sem consentimento

O caso da influencer que teve PMMA aplicado sem consentimento vai mudar a forma como você escolhe seus médicos

Já imaginou fazer uma cirurgia plástica em uma parte específica do corpo e sair do centro cirúrgico com algo diferente ou até mesmo com outro procedimento estético realizado sem o seu consentimento? Infelizmente, essa situação pode acontecer mesmo com a assinatura de um termo de consentimento pelo paciente. A influenciadora Amanda Souza viveu essa experiência traumática ao ter PMMA aplicado em seu nariz sem sua autorização enquanto realizava uma rinoplastia sob efeito de sedativos.

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Infelizmente, Amanda não foi a única vítima. Mais de 55 pessoas já teriam passado pela mesma situação com o cirurgião. A influenciadora ainda relata que está correndo risco de infecção generalizada. 

…a pessoa ter a coragem de se aproveitar de alguém apagado, sedado, anestesiado e aplicar algo que não era de aceitação e consentimento do paciente” afirma a influenciadora.

O que é metacril?

O metacril, também conhecido como PMMA (polimetilmetacrilato), é um polímero plástico utilizado para preenchimentos em algumas partes do corpo e rosto. É importante ressaltar que, ao ser aplicada no corpo, a substância se dilui entre os tecidos. Ou seja, uma vez injetada ficará para sempre no organismo e, em alguns casos, provoca reações e deixa sequelas irreparáveis, como nódulos e infecções. 

Quais cuidados tomar na escolha do profissional responsável para realizar um procedimento seguro de acordo com o que foi programado? 

A advogada especialista em direito médico e hospitalar Dra. Beatriz Guedes destaca que é essencial tomar alguns cuidados para garantir que a cirurgia ou procedimento estético seja realizado com segurança e eficácia.

A conversa entre paciente e médico é fundamental. Durante a consulta, o médico deve tirar todas as dúvidas do paciente, falar sobre expectativas, entender como funciona o procedimento e explicar com detalhes todos os riscos e complicações envolvidos na operação. Além disso, o paciente deve receber um termo de consentimento informado e esclarecido, que traz todas as informações sobre a cirurgia, complicações e recomendações no pré e pós-operatório. Ao assinar o termo, o paciente autoriza a operação, o que traz segurança para os dois lados.

É importante ressaltar que quem decide pelo procedimento é o paciente. O consentimento é um direito humano básico, e a obrigação do médico de obter o consentimento de seu paciente para um determinado tratamento proposto repousa no princípio ético de autonomia do paciente e no respeito às pessoas. Neste contexto, o consentimento trata da “autorização autônoma para uma intervenção médica”, autorização esta realizada pelo próprio paciente. “Da mesma forma, obter o consentimento do paciente não se refere a um ato isolado, mas a toda uma dinâmica da relação médico-paciente, que inclui troca honesta e franca de informações entre ambas as partes envolvidas, e que não inclui, necessariamente, a aceitação do tratamento proposto – mas também a possibilidade de recusa do mesmo” ressalta a Dra. Beatriz Guedes.

O médico-cirurgião não pode realizar nenhum procedimento sem a autorização do paciente. É importante escolher um cirurgião plástico de confiança, que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o que traz mais segurança. Vale também procurar referências, conversar com outras pessoas que já fizeram a cirurgia com o profissional. E um alerta: não confie em fotos de redes sociais de “antes e depois”. Além de proibidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), não tem como o profissional prometer o mesmo resultado.

É importante lembrar que a cirurgia começa na consulta e não termina com a operação. O acompanhamento pré e pós-operatório é fundamental para garantir o sucesso do procedimento e a saúde do paciente. No pós-operatório, é necessário seguir todas as recomendações e retornar ao médico para avaliações periódicas.

Lembre-se sempre de que a sua saúde e bem-estar estão em jogo, e que o cuidado e a responsabilidade devem ser compartilhados entre médico e paciente. Não hesite em fazer todas as perguntas necessárias e, se sentir que algo está errado, busque uma segunda opinião. Sua saúde e sua vida valem muito!” Finaliza a Dra. Beatriz Guedes.

Mais Sobre Beatriz Guedes:
Advogada
Formada em direito pela FMU
Pós graduada em direito penal e processo penal pela faculdade Damásio de Jesus
Pós graduada em direito médico ,odontológico e hospitalar pela escola paulista de direito.
Presidente da ONG Em Boa Mãos.

Gabriela Dallo


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