Comportamento Notícias Psicologia

Sinceridade ou sincericídio? Qual o limite entre falar o que se pensa e a responsabilidade emocional

Especialista em neurociência explica o impacto de falas impensadas e da perda da própria comunicação com uma linguagem não adequada

Na última quinta-feira, Jojo Todynho, em entrevista à Ana Maria Braga, no Mais Você da TV Globo, levantou uma polêmica sobre sinceridade. Segundo a apresentadora e funkeira, “a verdade dói, mas ela te corrige e não deixa adoecer” referindo-se a ser polêmica e sincericida, como ela mesma se nomeou. De acordo com ela, “o sincericídio é brabo, porque as pessoas cobram a verdade, mas não se sabe se elas estão preparadas para ouvir”. Mas, afinal, qual o limite entre a sinceridade e o sincericídio? e quais as consequências dessas ações?

-
Faça uma doação para a manutenção do portal de notícias
Jornal Alfredo Wagner Online
https://jornalaw.com.br/doacao/

A psicóloga especialista em neurociência, Cinthia Alves Prais explica que existem diferenças entre essas duas palavras e uma delas se destaca: a responsabilidade emocional. De acordo com a profissional, o sincericídio é quando a pessoa expressa o que pensa e sente, mas emite isso sem refletir em quais palavras usar, como comunicar e as consequências disso. “Normalmente, nessas situações, a pessoa esquece do compromisso de como, quando e onde dizer, além do que e para quem. Sem esse compromisso, a franqueza passa a não ter o valor que deveria, passa a não ser construtitva”. 

Ao contrário disso, a sinceridade é um dos elementos mais importantes nas relações. “Boas relações são aquelas que são baseadas no diálogo e a gente tende a se abrir mais com quem confiamos, com quem nos aceita como somos e vice-versa. Portanto, esse tipo de comunicação nas relações não deve ser perdido. Porém, sinceridade exige sabedoria, acrescenta.  

A especialista ainda reflete sobre a importância da comunicação. Quando alguém utiliza o sincericídio, a forma de expressão tira o foco da mensagem mais importante, que muitas vezes é necessária e poderia gerar uma consciência no indivíduo. Ao receber uma mensagem sem essa responsabilidade emocional, o outro tende a reagir sem sequer pensar muito sobre o que foi dito. Neste tipo de comunicação fica evidente que quem fala se destaca mais do que o acontecimento em si. Portanto, a dica que eu dou é: reflita, antes de falar, o que é mais importante e como você pode despertar o outro pelo uso mais adequado das palavras, dos gestos. A comunicação não precisa ser usada para gerar ainda mais atrito e violência. Podemos ter conversas difíceis sem tornar a comunicação bruta. É possível falar de temas sofridos com gentileza”, finaliza Cinthia.

Sobre a especialistaCinthia Alves Prais é psicóloga e pós-graduada em neurociência e comportamento pela PUCRR. Entre os principais reconhecimentos, a especialista foi premiada na categoria Ouro no Programa Bem-Estar pelo Prêmio Saúde Abril e 1° lugar no Prêmio Saúde no Trabalho pela ABQV/PNQV.

Jojo Todynho fala sobre sincericídio
Visualizar todas as imagens em alta resolução


Exclame

Xanndi Poletto
Assessor de Imprensa


Descubra mais sobre Jornal Alfredo Wagner Online

Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.