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Mato-grossense tem encontro técnico sobre práticas da apicultura

Grupo de agricultores familiares interessados na criação recebeu orientações da Prefeitura e Empaer

Vivendo em uma sociedade de forma extremamente organizada, as abelhas são as maiores polinizadoras do reino animal e, além da significativa contribuição ambiental, sua importância na agricultura também se complementa pelos produtos vindos da apicultura.

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Para incentivar esse ramo, um grupo de sete agricultores familiares – interessados em iniciar na apicultura – participou de um encontro técnico, fomentado pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), em parceria com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, nesta quarta (23) e quinta-feira (24). 

O grupo foi orientado pelo biólogo especialista em apicultura e extensionista da Empaer, João Bosco, que capacitou os produtores com informações técnicas e repassou as práticas de manejo necessárias para lidar com as abelhas, insetos extremamente sensíveis e que requerem cuidados especiais para um bom resultado produtivo.

Durante o dia em campo, o biólogo, que atua há mais de 30 anos na área de pesquisa em apicultura, citou, por exemplo, que até mesmo perfumes ou sabonetes fortes podem afetar as abelhas, deixando o ambiente possivelmente mais propício para ataques.

“A abelha é preservação de meio ambiente. Todo apicultor é uma profissão por excelência porque além de tudo ele está contribuindo para o meio ambiente, e esse incentivo ambiental conta muito ao trabalho dos apicultores”, disse o especialista.

Do mais conhecido, o mel, esses insetos trabalhadores também garantem outros produtos à cadeia produtiva da apicultura, como o própolis, cera e a geleia real, todos eles sendo altamente rentáveis para comercialização.  

A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Suzana Romancini, celebra os esforços do Município e as parcerias firmadas para tornar realidade o cultivo das abelhas.

“Estamos fomentando esse trabalho junto aos produtores para que essa atividade se desenvolva em nossa cidade. Temos alguns produtores que já fazem essa atividade, mas a demanda de consumo é grande e acabamos comprando de fora. E nós podemos ter essa demanda produzida e suprida aqui dentro do município”, explicou a secretária.

Suzana complementou que o Horto Municipal servirá de campo experimental para diversas culturas, incluindo para a apicultura, já que o local recebeu algumas caixas de abelha que servirão para continuar as orientações sobre o manuseio das abelhas aos produtores locais.

De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Mato Grosso ocupa atualmente o 14º lugar na produção de mel no país, com uma produção anual de 466 toneladas. Porém, o Estado explora apenas 0,3% do potencial apícola que possui.

Apesar da vegetação do estado ser formada por três biomas, Cerrado, Amazônia e Pantanal, ricas em espécies que contribuem de forma direta na apicultura, ainda existem grandes desafios para expandir a atividade na região.

Apicultor e servidor da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Cristiano Stumm é um dos entusiastas do projeto de fomento à apicultura e conta estar disposto a compartilhar informações e incentivar os agricultores na nova atividade.

“Fico feliz por ser apicultor nas minhas horas de folga. A prefeitura está estruturando um projeto para auxiliar eles com algumas caixas de abelhas, com materiais, além da assistência técnica que daremos junto à Empaer. A troca de conhecimento é muito importante e quando há interesse a multiplicação do conhecimento acontece de forma muito mais rápida”, completou Stumm.

De acordo com a Seaf, em Mato Grosso, uma colmeia produz em média 30 quilos de mel por ano e na região do pantanal a produção quase duplica, atingindo uma média de 50 quilos de mel/ano. Todo mel produzido no estado é consumido no mercado interno. Para suprir a alta demanda, Mato Grosso importa de outros estados, principalmente das regiões sul e sudeste.

Formando em agronomia, Marcelo Reolon já montou em sua propriedade, na região da Comunidade 30 de Novembro, as estruturas para abrigar as caixas com as abelhas. Ele é um dos sete agricultores familiares que passaram pelo treinamento.

“Já mexíamos com as abelhas e a ideia agora é voltar a trabalhar com elas. Estamos estruturando a propriedade para isso e os planos são de iniciar com nove caixas. Sei que a abelha faz não só o mel, mas a maioria das plantas é polinizada por elas, o que agrega valor para o produtor e para a natureza também”, contou o futuro apicultor.

Um dos contemplados com lotes da Comunidade Fazenda Fenix II, o pequeno agricultor Valdecir Funari, que já planta abacaxi, pretende começar sua produção de mel e, no desenvolver do projeto, ter 30 caixas no total. “Lá tem bastante abelha já, então procuramos qual é a possibilidade de conseguir produzir com as abelhas. Aí eu resolvi ir atrás, investir nisso”, finalizou.

Por Ascom Prefeitura/ Aline Albuquerque

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