Crescimento do setor e fusão de grandes empresas chamam atenção de investidores.
Entre as mudanças no estilo de vida e padrões de consumo nos últimos anos, consequência da pandemia da Covid-19, está o aumento na busca pela companhia dos animais de estimação. A quantidade de pets durante o período mais severo da crise sanitária cresceu 30%, de acordo com a pesquisa Radar Pet 2021, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac).
Segundo o Censo Pet do Instituto Pet Brasil (IPB) mais recente, no ranking mundial de países com mais pets, o Brasil ocupa o terceiro lugar, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, com um total de 149,6 milhões de animais de estimação. Ainda de acordo com o levantamento, o setor registrou faturamento de R$ 67,4 bilhões em 2023, um crescimento de 14% em relação ao ano anterior.
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), aponta que o setor é um dos mais promissores, e que as rações e os petiscos estão entre os campeões de venda no varejo alimentar. Cosméticos, brinquedos e acessórios aparecem na sequência.
Nesse cenário, as ações do setor pet podem ser um atrativo para quem busca bons rendimentos e diversificação da carteira. No entanto, antes de investir, é recomendável seguir a orientação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre aprofundar os conhecimentos sobre o setor, o momento econômico e as companhias listadas na Bolsa de Valores (B3).
Fusão de grandes marcas gera movimentações
De acordo com as informações de mercado, as maiores varejistas do ramo de produtos para animais de estimação do Brasil são a Petz e a Cobasi. A primeira, dona de 459 lojas, gerou um EBITDA anual de R$267 milhões, em 2023. Já a segunda, com um total de 234 lojas, alcançou a cifra de R$ 197 milhões.
Este indicador financeiro, apesar de não ser reconhecido pelas práticas contábeis adotadas no Brasil, é utilizado por investidores para analisar uma empresa com ações listadas na bolsa, pois representa o potencial de caixa e o desempenho.
Em abril, a fusão entre as duas empresas deu mais um passo: as companhias assinaram um acordo, que ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Juntas somariam mais de R$ 6,9 bilhões em faturamento.
Durante a manhã da data do anúncio, as ações da Petz (PETZ3) dispararam na Bolsa de Valores (B3), com alta de 46,86% nas negociações, para entrar em leilão logo após, graças ao mecanismo acionado quando há uma oscilação muito brusca. Em um dia, as cotações cresceram mais do que o dobro, subindo de R$ 3,50 para R$ 7,10, o que implicou um valuation de R$ 3,3 bilhões.
Entretanto, um mês após a notícia, o Bank of America (BofA) recomendou neutralidade frente à operação e elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 4 para R$ 4,80, indicando uma valorização menor do que a avaliação da fusão.
Momento favorável para investir
Após o início do corte de juros, indicado em agosto do ano passado, e das projeções de economistas e analistas de mercado consultados pelo Banco Central (BC) sobre a tendência de queda da taxa básica de juros Selic, a B3 passou a receber maior atenção daqueles que focavam em investir seu dinheiro em renda fixa.
Apesar das dúvidas acerca da fusão de grandes marcas, como a Petz e a Cobasi, a expansão do setor de pets e o crescimento do faturamento indicam uma possibilidade para quem deseja diversificar os investimentos.
Segundo pesquisa realizada este ano pela fintech Koin, 56,4% dos entrevistados gastam, mensalmente, mais de R$ 200 para os cuidados com seus pets. A preocupação com a saúde e o bem-estar dos considerados membros da família movimenta o mercado de produtos para animais e a receita bruta dessas atividades, o que impulsiona o crescimento do setor.
Nathani Paiva
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