Por Igor Castroviejo, diretor comercial da 1datapipe, plataforma de consumer insights via Inteligência Artificial (IA)
Dados da Mastercard apontam que 64% das empresas brasileiras sofrem frequentemente com ataques online e fraudes. Para agravar ainda mais essa informação, um relatório recente da Adyen mostrou que esses golpes causaram um prejuízo de R$ 8,5 milhões por companhia varejista no país no último ano. Dessa maneira, qual seria a melhor forma para lidar com essas dificuldades e prosperar nos negócios?
A Inteligência Artificial (IA) é essencial no combate a esses golpes. Para se ter uma ideia, um estudo da EY mostrou que a tecnologia tem cerca de 90% de precisão no combate a spam, malware e invasão de rede. Ao se utilizar IA combinada com análise de dados, por exemplo, é possível identificar indivíduos mais propensos a ações fraudulentas envolvendo os negócios de determinada companhia. A tecnologia é capaz de fazer uma varredura em todos os rastros virtuais dessa pessoa, incluindo o seu comportamento online, o que dá uma grande ideia das suas intenções e atitudes no ambiente virtual.
Um ponto bastante importante envolvendo a IA no combate às fraudes é o machine learning, que é o aprendizado automatizado de máquinas. Por meio dela, o sistema dessas empresas avalia diversas informações internas e vai reconhecendo os padrões dos golpes mais comuns. Assim, consegue diferenciar automaticamente uma transação legítima de uma fraudulenta graças a especificações que somente essa solução consegue detectar, já que os golpistas estão cada vez mais informados e criativos em suas empreitadas, passando despercebidos pelos métodos de controle tradicionais.
Outro problema significativo no Brasil é o aumento das “Contas Laranjas”, que são criadas justamente para dar golpes, normalmente explorando o sistema Pix. Para se ter uma ideia, dados do Banco Central estimam que 1 em cada 10 mil operações envolvendo esse método de pagamento são consideradas crime. Ao analisar meticulosamente padrões de dados e comportamentos indicativos de atividades suspeitas utilizando IA, as empresas podem identificar efetivamente essas contas falsas. Essa estratégia proativa permite que as instituições financeiras mitiguem os riscos de fraude sem depender fortemente de biometria cara, reduzindo assim os custos e minimizando o atrito com o consumidor.
Dessa forma, podemos concluir que a tendência é que a Inteligência Artificial esteja cada vez mais presente no combate a fraudes. Um levantamento da Associação de Investigadores de Fraudes Certificados (ACFE) e da SAS mostrou que 46% dos profissionais das áreas antifraude nas empresas da América Latina já se utilizam de soluções de IA e Machine Learning em seu dia a dia, ritmo que deve triplicar até o fim do ano que vem. Assim, podemos ser otimistas de que esse tipo de solução veio para ficar e trará um cenário positivo para o Brasil.
Pedro Zago
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