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Setembro Amarelo: como o preconceito aumenta o índice de ansiedade, depressão e suicídio no Brasil

Durante o Setembro Amarelo, quando a conscientização sobre saúde mental e prevenção ao suicídio ganham destaques, é importante apontar uma ferramenta que frequentemente é negligenciada: a terapia. Segundo o estudo realizado pelo Panorama da Saúde Mental, apenas 5% dos brasileiros buscam terapia. Mas as questões de saúde mental afetam a população em escala global, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) são registrados 700 mil casos de suicídio ao ano e 300 milhões de pessoas são impactadas por problemas com ansiedade em todo o mundo.

A terapia é uma importante ferramenta de autocuidado e conhecimento,  usada como aliada pode favorecer uma saúde mental mais estável e tranquila, evitando a piora de casos, sejam eles moderados ou agravantes. Mas, ela ainda pode ser vista de forma pejorativa por muitos que ainda acreditam que ao buscar ajuda psicológica é equivalente a ser visto como “louco”. 

Para a Dra. Ana Matos, psicanalista, filósofa e autora do livro ‘O Caminho para o inevitável encontro consigo mesmo’, o estigma em torno da terapia e de doenças mentais são os maiores obstáculos para que indivíduos em sofrimento busquem tratamento.

“A estigmatização em volta dos transtornos não apenas impede que as pessoas busquem tratamento, mas também perpetua o sofrimento e a sensação de isolamento. Com a criação de redes de apoio de profissionais qualificados, onde as pessoas se sintam acolhidas e compreendidas ajuda a abrir diálogo.” afirma a psicanalista.

Estereótipo da busca por terapia

A busca por ajuda psicológica muitas vezes é vista como um sinal de fraqueza ou algo reservado apenas para crises extremas. Essa percepção impede que indivíduos busquem a ajuda que precisam, o que pode ter consequências graves para sua saúde mental de forma silenciosa. A visão deturpada sobre a terapia também pode ser atribuída à falta de conhecimento sobre os benefícios da psicoterapia ou até mesmo como ela funciona.

Necessidade da conversaCom a abertura para conversas mais francas sobre saúde mental e terapia, campanhas como as do Setembro Amarelo ajudam e encorajam as pessoas a falarem sobre os desafios que estão enfrentando, vendo a terapia como uma prática proativa, educacional e preventiva e não apenas como uma solução de último recurso. Reconhecer a terapia como uma ferramenta para o bem-estar emocional e psicológico pode ajudar a construir uma cultura de apoio e compreensão, onde os indivíduos se sintam mais confortáveis e seguros para buscar ajuda.

Benefícios da terapia

O acompanhamento da psicoterapia exerce um papel fundamental na melhoria e manutenção da saúde mental, oferecendo uma compreensão profunda de si mesmo e contribuindo para o tratamento de diversas condições psicológicas. Como explica a psicanalista Ana Matos, “a terapia não serve apenas para resolver questões pontuais, mas também para entender como você funciona, quais são seus padrões mentais e como você lida com suas emoções”. O processo de autoconhecimento é um dos principais benefícios da terapia, permitindo que compreenda melhor os comportamentos e reações em diferentes situações. 

Além disso, Ana Matos destaca a importância da terapia no tratamento de doenças mentais, como transtornos de ansiedade, pânico, depressão e transtornos alimentares ou de personalidade, como o Borderline. “A terapia é essencial no tratamento psiquiátrico, pois ajuda a compreender os gatilhos e comportamentos que alimentam esses transtornos, oferecendo um olhar psicoeducacional sobre o que acontece no cérebro durante uma crise.” afirma a psicanalista. 

Outro benefício significativo da terapia, segundo Ana Matos, é a “liberdade de ser”, permitindo que você viva de acordo com seus próprios valores e necessidades. “Isso inclui aprender a lidar com opiniões, pressões e expectativas sociais, saber dizer não quando necessário e estabelecer limites para manter sua autenticidade. Promovendo um melhor autocuidado, ajudando você a viver de forma mais alinhada com quem você realmente é”, finaliza.


LaPresse Comunicação
Pietra Ribeiro


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