O mercado financeiro brasileiro, representado pela Faria Lima, começou a semana com preocupações renovadas sobre o comprometimento do governo com o equilíbrio fiscal. Após o adiamento da divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas para depois do fechamento do mercado na última sexta-feira, a apreensão cresceu e o dólar subiu significativamente, enquanto o Ibovespa recuou 1,55%.
Originalmente, o governo havia congelado R$ 15 bilhões em gastos, mas esse montante foi reduzido para R$ 13,3 bilhões. Segundo o Ministério do Planejamento, essa alteração foi possível devido a um aumento na arrecadação, e a equipe econômica assegura que a meta fiscal ainda está sendo cumprida. Além da liberação parcial dos recursos, novos bloqueios foram feitos para garantir o cumprimento das normas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal.
Ainda assim, o mercado espera por esclarecimentos. A entrevista coletiva do governo para detalhar os ajustes está agendada para esta segunda-feira, às 11h, deixando os investidores em alerta enquanto o dólar será negociado por duas horas antes de uma sinalização clara sobre o que foi decidido.
Durante o fim de semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu às preocupações do mercado, criticando a postura de antecipar julgamentos antes da divulgação oficial. “O mercado não aguardou a entrevista, mas os dados que vamos apresentar são positivos, tanto em termos de receita quanto de despesas”, afirmou Haddad, que está em Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU.
Apesar das incertezas locais, o cenário internacional segue otimista. As bolsas americanas iniciaram o dia em alta e, embora as bolsas europeias tenham começado sem uma direção definida, a expectativa global está voltada para declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) após a recente decisão de reduzir as taxas de juros dos EUA em 0,50 ponto percentual.
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