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Adoecimento mental: o cuidado com os colaboradores não pode esperar

Por Eduardo Rodrigues, CEO da Applause

O mundo corporativo passou por mudanças positivas, mas, inegavelmente, se tornou mais complexo. Com a necessidade de ser um profissional multitarefas e com um mercado cada vez mais competitivo, a saúde mental dos colaboradores deve ser prioridade, já que é capaz de decidir o bom funcionamento das operações. E, mesmo assim, a abordagem sobre bem-estar nas empresas não possui a intensidade que deveria.

O aumento dos casos de esgotamento mental pode ser atribuído a uma combinação de fatores: carga de trabalho excessiva, falta de reconhecimento e apoio emocional, e expectativas irreais. De acordo com o estudo State of the Global Workplace 2024, da consultoria Gallup, uma parte significativa dos trabalhadores brasileiros está passando por emoções negativas relacionadas ao trabalho. 46% deles estão estressados, 25% tristes e 18% com raiva. Esses números são alarmantes e refletem a urgência de promover ambientes de trabalho mais acolhedores – e isso não é mais adiável.

O adoecimento mental afeta o ecossistema empresarial de várias formas. Organizações com altos índices de esgotamento veem uma queda significativa na produtividade, aumento no turnover e dificuldades em reter talentos. Além do mais, colaboradores que enfrentam problemas de saúde mental tendem a ter uma diminuição no engajamento e na capacidade de inovar e colaborar. Individualmente, esses profissionais podem desenvolver condições mais graves, como ansiedade e depressão, impactando, inclusive, a vida pessoal. 

Como uma reação ao panorama atual de bem-estar empresarial, até intervenções governamentais estão surgindo para movimentar a melhora desse estado geral. Por exemplo, em março deste ano foi criada a Lei n° 14.831, responsável pelo desenvolvimento do certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, atestando o compromisso de uma determinada corporação com a saúde dos colaboradores.

Diante desse cenário, as organizações precisam adotar medidas efetivas para promover o cuidado. A liderança, por sua vez, desempenha um papel fundamental nesse processo, pois é responsável por estabelecer a cultura organizacional e definir as práticas de gestão de pessoas.

Os gestores podem fomentar a implementação de programas de apoio psicológico, como terapias subsidiadas e linhas de escuta – uma das estratégias mais promissoras para garantir que os especialistas tenham suporte emocional quando necessário. Além disso, a realização de treinamentos sobre saúde mental e a promoção de campanhas de conscientização contribuem para reduzir o estigma em torno do tema e incentivar a busca por ajuda. Nesse caso, uma andorinha pode fazer verão e os líderes podem ser agentes da transformação. 

Outra iniciativa que tem se destacado é o uso de plataformas que incentivam o engajamento por meio de recompensas. Programas de gamificação podem ser uma ferramenta poderosa para engajar os colaboradores em missões focadas no autocuidado. Ao transformar práticas saudáveis em desafios divertidos e recompensadores, as corporações estimulam comportamentos saudáveis e fortalecem o senso de comunidade.

Quando o assunto é repensar práticas e promover uma cultura de respeito ao tempo e aos limites, isso inclui estabelecer políticas claras de descanso e pausas. Incentivar a comunicação aberta e flexível só leva à criação de um ambiente onde o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é valorizado. O resultado de todos esses movimentos é um time feliz, engajado e capaz de tornar um negócio ainda mais próspero.

Vinicius Siqueira
Assessor de imprensa


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