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O impacto psicológico e social de espalhar mentiras nas redes sociais: o caso de Bolsonaro embaixador dos EUA

A disseminação de informações falsas, como o caso analisado no site Estadão Verifica, reflete um fenômeno crescente no ambiente digital: a busca por notoriedade e monetização por meio da viralização de conteúdos falsos.

Caso recente analisado por diversas mídias noticiou postagens em redes sociais difundindo que o Presidente Trump iria transformar Bolsonaro no Embaixador dos EUA no Brasil, concedendo imunidade total ao ex-presidente, investigado por ações no fim do seu mandado e começo do governo atual.

Aqui, neste artigo, exploramos os fatores psicológicos e sociais que levam uma pessoa a produzir ou compartilhar desinformação, mesmo sabendo que ela não é verdadeira.

O processo mental por trás da disseminação de mentiras

  1. Necessidade de atenção e validação social
    O ambiente digital recompensa comportamentos que geram engajamento, como curtidas, comentários e compartilhamentos. Para muitas pessoas, essas interações funcionam como reforço positivo, ativando o sistema de recompensa no cérebro. Essa dinâmica pode levar indivíduos a priorizarem a viralização de uma história, mesmo que isso exija manipular ou inventar fatos.
  2. Busca por ganhos financeiros
    A monetização de conteúdo, especialmente em plataformas que remuneram por cliques ou visualizações, pode ser um incentivo significativo. Matérias polêmicas ou absurdas frequentemente atraem mais atenção, gerando receita publicitária ou patrocinadores.
  3. Distorção cognitiva e racionalização
    Algumas pessoas justificam a criação de desinformação com argumentos como “todo mundo faz isso” ou “é apenas entretenimento”. Essa racionalização minimiza a percepção de danos causados pela desinformação.
  4. Desprezo pela ética jornalística
    A falta de compromisso com a ética no jornalismo é um fator central. Em muitos casos, quem cria e dissemina desinformação não considera as consequências para a sociedade, como a desconfiança nas instituições e a polarização política.
  5. Influência de crenças pessoais ou ideológicas
    Às vezes, a pessoa que compartilha informações falsas acredita no que está dizendo, mesmo sem evidências. Esse fenômeno, chamado viés de confirmação, leva as pessoas a aceitar e promover informações que reforçam suas crenças prévias.

As consequências da desinformação

  • Para a sociedade: A circulação de notícias falsas prejudica o acesso a informações confiáveis, enfraquece o debate público e aumenta a desinformação geral.
  • Para o criador da mentira: Apesar dos ganhos imediatos, a reputação do indivíduo pode ser danificada quando as mentiras são desmascaradas. Além disso, em algumas jurisdições, a disseminação de desinformação pode levar a processos legais.

Como combater esse comportamento

  • Educação midiática: Ensinar as pessoas a identificar desinformação e verificar fontes confiáveis pode reduzir o impacto de notícias falsas.
  • Regulação e responsabilidade: Leis que responsabilizem financeiramente ou legalmente quem lucra com desinformação são uma ferramenta poderosa.
  • Foco na ética jornalística: Incentivar a prática de um jornalismo ético e responsável, com base em apuração rigorosa, é essencial.

Em última análise, a disseminação de mentiras reflete uma complexa interação entre desejos individuais, incentivos do ambiente digital e lacunas na regulação e fiscalização. Reverter essa tendência exige esforços conjuntos de indivíduos, empresas de tecnologia e instituições públicas.