A disseminação de informações falsas, como o caso analisado no site Estadão Verifica, reflete um fenômeno crescente no ambiente digital: a busca por notoriedade e monetização por meio da viralização de conteúdos falsos.
Caso recente analisado por diversas mídias noticiou postagens em redes sociais difundindo que o Presidente Trump iria transformar Bolsonaro no Embaixador dos EUA no Brasil, concedendo imunidade total ao ex-presidente, investigado por ações no fim do seu mandado e começo do governo atual.
Aqui, neste artigo, exploramos os fatores psicológicos e sociais que levam uma pessoa a produzir ou compartilhar desinformação, mesmo sabendo que ela não é verdadeira.
O processo mental por trás da disseminação de mentiras
- Necessidade de atenção e validação social
O ambiente digital recompensa comportamentos que geram engajamento, como curtidas, comentários e compartilhamentos. Para muitas pessoas, essas interações funcionam como reforço positivo, ativando o sistema de recompensa no cérebro. Essa dinâmica pode levar indivíduos a priorizarem a viralização de uma história, mesmo que isso exija manipular ou inventar fatos. - Busca por ganhos financeiros
A monetização de conteúdo, especialmente em plataformas que remuneram por cliques ou visualizações, pode ser um incentivo significativo. Matérias polêmicas ou absurdas frequentemente atraem mais atenção, gerando receita publicitária ou patrocinadores. - Distorção cognitiva e racionalização
Algumas pessoas justificam a criação de desinformação com argumentos como “todo mundo faz isso” ou “é apenas entretenimento”. Essa racionalização minimiza a percepção de danos causados pela desinformação. - Desprezo pela ética jornalística
A falta de compromisso com a ética no jornalismo é um fator central. Em muitos casos, quem cria e dissemina desinformação não considera as consequências para a sociedade, como a desconfiança nas instituições e a polarização política. - Influência de crenças pessoais ou ideológicas
Às vezes, a pessoa que compartilha informações falsas acredita no que está dizendo, mesmo sem evidências. Esse fenômeno, chamado viés de confirmação, leva as pessoas a aceitar e promover informações que reforçam suas crenças prévias.
As consequências da desinformação
- Para a sociedade: A circulação de notícias falsas prejudica o acesso a informações confiáveis, enfraquece o debate público e aumenta a desinformação geral.
- Para o criador da mentira: Apesar dos ganhos imediatos, a reputação do indivíduo pode ser danificada quando as mentiras são desmascaradas. Além disso, em algumas jurisdições, a disseminação de desinformação pode levar a processos legais.
Como combater esse comportamento
- Educação midiática: Ensinar as pessoas a identificar desinformação e verificar fontes confiáveis pode reduzir o impacto de notícias falsas.
- Regulação e responsabilidade: Leis que responsabilizem financeiramente ou legalmente quem lucra com desinformação são uma ferramenta poderosa.
- Foco na ética jornalística: Incentivar a prática de um jornalismo ético e responsável, com base em apuração rigorosa, é essencial.
Em última análise, a disseminação de mentiras reflete uma complexa interação entre desejos individuais, incentivos do ambiente digital e lacunas na regulação e fiscalização. Reverter essa tendência exige esforços conjuntos de indivíduos, empresas de tecnologia e instituições públicas.