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O que é mais fácil alterar: as urnas eletrônicas ou a pesquisa pré-eleição?

Um candidato andou declarando que ele poderá ser prejudicado pela fraude nas urnas eleitorais.

Considero, plausível pois tudo pode ser fraudado… uma nota de 100,00, um Iphone, um quadro de Picasso, um programa de computador, etc.

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Fraudar é apresentar uma coisa como se ela fosse o que não é na realidade. Um resultado, um produto, uma ação.

Entretanto, uma vez que o candidato mencionado entrou no processo eleitoral, também corre o risco de ganhar… Desconsidera o resultado e diz que aceita ou que foi fraude?

Então, o que é mais fácil fraudar, as urnas ou as pesquisas??

Vamos analisar as duas…

Urnas eletrônicas:

Cada uma das urnas está preparada para receber o voto individual do eleitor. Ela vem com a lista de candidatos que será escolhido pelo eleitor.

Ao apertar a tecla verde, aprovando um candidato, o eleitor deixa de ser o motor daquele voto que é registrado na memória da máquina. Assim será com cada eleitor que passar por aquela urna. O mesmo fato se repetirá por milhares de urnas espalhadas pelo Brasil. No final do dia, após finalizar o sistema e antes de retirar da sala o disquete com os resultados daquela urna em particular, é impresso um espelho da votação e afixado na entrada da sala de modo visível para que os fiscais analisem. A agilidade dos fiscais é tal, que eles sabem mais ou menos qual será o resultado, embora parcial, daquela urna. Um resultado flagrantemente diferente do esperado levanta suspeita e dispara um alarme na fiscalização. Neste primeiro resultado pode-se até fraudar um espelho, ou outro, mas não as milhares de urnas em operação numa determinada eleição.

Enquanto os disquetes são levados para a central regional para processamento, a fiscalização de uma determinada zona eleitoral já contabilizou os votos de cada candidato e sabe, para aquele especifico ponto quem ganhou de quem.

Na central regional os resultados são transferidos para a central estadual. O computador que faz a transmissão não pode alterar o que foi gravado no disquete? Ou pode… enviando outro resultado que não o digitado pelo eleitor e somado no momento em que se fechou o sistema na urna eletrônica? Pessoalmente considero possível, mas acho que isso requer uma mão de obra gigantesca em códigos e ordens de máquina com o risco de um aventureiro somar tudo na caneta e ver o furo. Então descarto esta possibilidade? Sim, descarto.

Da central estadual os dados são transmitidos para Brasília. Pode ser que as centrais regionais façam o envio direto para Brasília, mas creio que é enviado antes para a estadual antes dos resultados serem enviados a central nacional. Nesta etapa, repito o que disse anteriormente, em tese também pode haver um furo, porém, a quantidade de dados e resultados é tamanha que o meio de fraudar seria quase inexequível. Impossível? Não, mas creio que não se faz.

O resultado apresentado é um espelho do resultado das urnas. Um especialista em urnas eletrônicas poderá afirmar que em qualquer momento poderá haver uma fraude. Códigos são fáceis de burlar e poderiam ser facilmente burláveis. Entretanto, a massa de fiscais e cabos eleitorais em todo Brasil, que conhecem seus eleitores e sabem quem vota em quem, logo saberá se o resultado apresentado confere ou não com a realidade.

Pesquisa eleitoral

Uma pesquisa, em geral, é caríssima e comprada por determinada entidade interessada em: avaliar o ambiente eleitoral; usar os dados na campanha própria ou na de outrem.

Não se faz uma pesquisa eleitoral para se guardar numa gaveta…

Como é feita uma pesquisa, ela pode ser alterada?

Não é qualquer um que pode sair fazendo uma pesquisa eleitoral. Não. Há legislação específica para isso. A empresa ou instituição deve estar cadastrada no Tribunal Superior Eleitoral e registrar a pesquisa cinco dias antes da divulgação. Confira no link ao lado a legislação especifica para a campanha de 2018. Embora a legislação seja abrangente, ela não contempla a fiscalização no momento em que é realizada a pesquisa e nem o sistema utilizado para se chegar a este ou aquele resultado.

Ao contrário da Urna Eletrônica que possui milhares de fiscais de olho nos resultados, uma pesquisa eleitoral é feita sem fiscalização alguma e se torna uma arma de propaganda ou contra-propaganda, podendo alterar a escolha de um eleitor. Sendo em geral caríssimas (quem paga por elas, quer um determinado resultado…), elas não possuem nenhum tipo de fiscalização no momento em que estão sendo realizadas e são usadas como arma eleitoral e condicionam o resultado final nas urnas eletrônicas.

Então, eleitor, me diga, o que é mais fácil alterar? O resultado de uma urna eletrônica ou o resultado de uma pesquisa?