A cidade, hoje, fervilha de gente, automóveis e caminhões. Helicópteros pairam sobre ela diariamente enviando imagens para as TVs paulistas com notícias de seu trânsito que não para.
Aos sábados e domingos, turistas invadem a cidade e vasculham as lojas do centro velho em busca de lembranças, artigos de madeira, pedra ou tecido etc.
No centro, quase esquecida pelos milhares de turistas, ergue-se uma construção secular: a Igreja Nossa Senhora do Rosário e o convento Jesuíta, hoje, ambos se tornaram o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas.
Jesuíta: Ordem Religiosa fundada por Santo Inácio de Loyola, idealizador dos Exercícios Espirituais. Entre seus discípulos podemos contar São José de Anchieta, Pe. Manoel da Nóbrega, São Francisco Xavier e, mais recentemente, o nosso Papa Francisco.
O complexo arquitetônico que engloba a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a residência anexa dos jesuítas está localizado na cidade de Embu das Artes. O prédio foi construído na virada do século XVII para o XVIII pelos padres da Companhia de Jesus em terras doadas pelo casal Fernão Dias Paes Leme e Catarina Camacha.
Segundo o site https://www.pateodocollegio.com.br a doação se deu em 1624:
Para que a doação se concretizasse, a Sra. Catarina Camacha exigiu que os padres cuidassem da conversão dos indígenas que ali se encontravam, que fosse mantida a Capela de Santa Cruz na Igreja do Colégio, local onde ela seria enterrada, e que fosse organizado todos os anos uma festa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, hoje padroeira da cidade.
Em decorrência desta doação, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi construída por volta de 1690 sob as orientações do padre jesuíta Belchior de Pontes. O ponto escolhido para a construção era estratégico, por estar em um local alto, permitindo uma boa visão da região, próximo a pequenos riachos, além de ser um local mais afastado de vilas de colonos portugueses. Tais condições permitiram que os jesuítas prosseguissem com seu trabalho missionário junto aos índios ali aldeados. Já a construção da residência anexa ocorreu entre os anos de 1720 e 1740, projeto realizado pelo jesuíta Domingos Machado.
A construção foi a primeira ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Estado de São Paulo no ano de 1938 e restaurado entre os anos de 1939 e 1941.
O conjunto voltou à propriedade da Companhia de Jesus na década de 1990 que organizou o Museu de Arte Sacra.
Infelizmente, pude notar que a cidade não valoriza este monumento. O próprio abandono em que está contrasta com o cuidado que os Jesuítas dedicam a outros museus e monumentos de sua propriedade.
No entanto…
O local é espetacular. O visitante retorna ao passado ao entrar pelas portas seculares daquele conjunto arquitetônico. Embora não seja mais um prédio religioso, mas um museu, nota-se ali as bênçãos divinas para o apostolado evangelizador realizado pelos Jesuítas. As imagens sacras, muitas delas esculpidas por artistas locais, possivelmente também índios, refletem o espírito religioso de uma época.
Visite comigo, através destas fotografias fornecidas pelo site https://www.pateodocollegio.com.br, esta maravilha da arte barroca.
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