O setor de transportes no Brasil está cada dia mais turbulento, com os caminhoneiros, principalmente autônomos, sofrendo cada vez mais para poderem levar o sustento para casa. Em um país onde praticamente tudo o que é produzido é transportado por caminhões, a realidade poderia ser diferente. E qualquer movimento do governo, favorável ou contrário aos caminhoneiros é motivo para surgirem diversos boatos de uma nova greve nacional de caminhoneiros.
Desesperados para encontrar as lideranças dos caminhoneiros, a grande mídia acaba entrevistando diversos representantes dos caminhoneiros, que enchem o peito para ameaçar o governo e os ministros em nome dos caminhoneiros, mas que, de verdade, não representam nenhum caminhoneiro. E a cada paralisação surge um novo líder da categoria, que, de verdade, não tem liderança centralizada nenhuma.
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Agora pergunte para os caminhoneiros na estrada se eles conhecem, se identificam ou se sentem representados por essas lideranças. Mesmo aqueles representantes que estão atualmente negociando melhorias para a categoria com o governo, participando de diversas reuniões com ministros e outras autoridades, não são reconhecidos como representantes.
Qualquer matéria publicada com o nome dessas lideranças recebe muitos comentários dizendo que fulano não me representa, sicrano só quer se aproveitar e etc. E esses aproveitadores são comuns no meio das greves. Teve muita gente que começou erguendo a bandeira dos caminhoneiros para, logo depois, concorrer à uma cadeira como deputado, senador e etc. É o caso da nova liderança escolhida pela grande mídia.
Esse novo representante, a voz dos caminhoneiros de grandes portais, jornais e revistas, já foi candidato usando a hashtag #SomosTodosCaminhoneiros. Não se elegeu. Agora ameaça o governo em nome dos caminhoneiros.
A maioria dos caminhoneiros já entende as ideias por trás das lideranças, que, em geral, envolve ambição própria de quem se diz representante da classe, visando cargo público, acesso ao governo, e outros. Após conseguir seu lugar ao sol, os caminhoneiros são esquecidos novamente.
É preciso ter cuidado com esses representantes, suas intenções públicas e pessoais, para evitar que os caminhoneiros venham a ser massa de manobra eleitoreira.
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