Criado pela empresa russa Wireless Lab, o aplicativo se baseia em um tipo de inteligência artificial – conhecida como rede neural – para anallisar rostos e os transformar de várias maneiras: rejuvenescer, envelhecer, trocar o gênero e a cor dos olhos, por exemplo.
Como acontece com todos aplicativos, o FaceApp tem uma política de privacidade determinada pela Wireless Lab. O problema é que ela não deixa claro o que os administradores do serviço realmente fazem com os dados fornecidos.
Na política de privacidade, a companhia informa que “usamos ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e as tendências de uso do serviço. Estas ferramentas reúnem informação enviada pelo seu dispositivo ou pelo nosso serviço, incluindo as páginas web que visita, add-ons, e outra informação que nos ajude a melhorar o serviço. Reunimos e usamos esta informação analítica juntamente com informação analítica de outros utilizadores, para que não possa ser usada para identificar qualquer utilizador individual em particular”.
De acordo com o comentarista de tecnologia Stilgherrian, a política de privacidade da empresa deixa uma boa margem para manobras. Ao site ABC News, ele disse que o texto normativo é padronizado, por isso não oferece “efetivamente nenhuma proteção”. “Todo o modelo de negócio do ‘universo das startups’ está acumulando grandes quantidades de dados pessoais sem qualquer ideia de como eles podem ser usados no futuro”.
Então, com preocupações sobre a privacidade, você deveria usar o FaceApp?
Por isso, para ele o FaceApp “não acrescenta muito mais perigo”. Mas, Bradley ressalta que o consentimento para o uso dessas informações para fins comerciais é um passo adicional que “não tem vantagens para os seres humanos”.
O advogado pondera ainda que a política de privacidade do FaceApp não diz nada sobre o que aconteceria com os dados do usuário se ele parasse de usar o serviço. “Isso mostra que, se eles [os fundadores] venderem seus negócios, os dados das pessoas estarão disponíveis para o próximo comprador e elas consentem que isso aconteça”, disse. Isto quer dizer que, como explicou Bradley, “a renúncia à privacidade se estende a qualquer afiliada do FaceApp. Hipoteticamente, e se o FaceApp fosse vendido para a NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos)?”.
“O Facebook, claro, está na vanguarda disso”, disse, acrescentando que “o reconhecimento facial está rapidamente se tornando um dos elementos-chave da identidade digital”. Por isso, ele observou que “as pessoas devem considerar a proteção de sua imagem facial da mesma maneira que devem proteger outras informações pessoais”.
Via: ABC News
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