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UM POUCO DA HISTÓRIA DA JOVEM MARIA AMIDA KAMMERS

Por Toni Jochem

Descendente de imigrantes luxemburgueses, Maria Amida nasceu em Santa Filomena, no município catarinense de São Pedro de Alcântara em 14 de janeiro de 1941, filha de Bruno Kammers e de Maria Rengel. E naquele mesmo dia foi batizada na Igreja Matriz de São Pedro de Alcântara-SC, pelo Pe. Roberto Pereira Machado, sendo padrinhos Leopoldo Kammers e Marta Rengel.

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Em busca de melhores condições de vida, em janeiro de 1944 a família de Maria Amida migra de Santa Filomena para Rio Acima, localidade contígua à de Taquaras, em Rancho Queimado-SC. Lá adquire um terreno e passa a trabalhar na agricultura. Em Rio Acima/Taquaras Maria Amida frequenta os bancos escolares, faz sua Primeira Comunhão e passa o restante de sua infância. Aos 16 anos, em busca de trabalho e de possibilidades de continuar a estudar, passa a residir em Santo Amaro da Imperatriz junto com uma família à qual seus pais tinham sólida amizade. Nesta cidade se inscreve e participa assiduamente do processo formativo da Pia União das Filhas de Maria, na respectiva Igreja Matriz.

Após passar um período como aspirante, Maria Amida é admitida oficialmente na Pia União das Filhas de Maria, no dia 11 de dezembro de 1960. À época, as Filhas de Maria eram coordenadas pelo seu Diretor o Pe. Frei Fidêncio Feldmann-OFM (☼20.02.1909 †20.11.1993); Presidente, a Sra. Anadir Derner; e a Mestra de Aspirantes era a Irmã Antonida Zimmermann (☼03.06.1907 †16.05.1985). A Pia União das Filhas de Maria, na Igreja Matriz da Paróquia Santo Amaro, foi fundada em 21 de janeiro de 1906 e agregada à Primária de Roma, no dia 13 de junho de 1908.

Quase um ano após a admissão às Filhas de Maria, em 25 de novembro de 1961, aos 20 anos e dez meses de idade, no início da madrugada, em seu quarto de dormir, Maria Amida é barbaramente assassinada a golpes de machado, por defender sua castidade. A casa onde residia e o quarto onde estava é invadido e Maria Amida perde, brutalmente, sua vida. É morta por não ceder aos desejos sexuais de seu(s) agressor(es) e, sobretudo, porque teria optado por defender com a vida, se preciso fosse, sua castidade. Obstruída sua garganta com um pano para que não chamasse por socorro, um machado é utilizado como arma, resultando no esfacelamento de seu crânio, ou seja, conforme consta em sua certidão de óbito, “fratura múltipla do osso frontal”. No dia seguinte, após a realização de velório na residência de seus pais, o sepultamento é acompanhado por uma verdadeira multidão e em meio à consternação geral; todos queriam dar-lhe adeus e manifestar condolências à família enlutada. Seu corpo foi sepultado no Cemitério da Igreja dedicada a São Bonifácio, em Taquaras. Sobre o crime há muito ainda a ser esclarecido. Uma intrigante história manchada com sangue e marcada pela fidelidade a Deus.

Considerada desde então “Mártir/heroína da Castidade”, décadas mais tarde, são muitas as pessoas que afirmam ter recebido graças e favores por intercessão de Maria Amida e que reconhecem a autenticidade de seu martírio. Desde aquele fatídico dia, sua memória permanece viva no coração de seus devotos. Atualmente, seu túmulo está repleto de placas agradecendo as graças alcançadas. Assim como Santa Maria Goretti, Maria Amida representa para seus devotos um exemplo de jovem virtuosa que abraçou a morte a fim de preservar sua castidade. O Arcebispo Metropolitano de Florianópolis-SC, Dom ‎Wilson Tadeu Jönck, aprovou recentemente oração oficial pedindo graças por sua intercessão.