Espaços físicos belos e agradáveis para a convivência da comunidade escolar – Foto: Acervo / Colégio Catarinense
Educação História Memória

Colégio Catarinense: 115 anos de educação de qualidade

O Colégio Catarinense, de Florianópolis, chega a seus 115 anos em meio a pandemia e ao confinamento, mas sobrepujando os desafios, se apresenta sempre novo.

Sua história foi destacada pelo site https://ndmais.com.br/ em excelente reportagem que reproduzimos alguns trechos:

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Colégio Catarinense, a arte de se reinventar aos 115 anos

Instituição centenária é referência na educação e reprograma desafios com inovação e tecnologia, lado a lado com a tradição jesuíta

Inspirado nas memórias da chegada dos 115 anos voltados à educação em Florianópolis, o Colégio Catarinense reprograma seus desafios e reinventa a arte de ensinar, mantém o que há de mais profundo na tradição jesuíta e amplia com brilhantismo, os saberes da inovação e da tecnologia.

(…) “Se retrocedermos no tempo, poderemos ver tantas mudanças e inovações que aconteceram pelos corredores, as expectativas e histórias de vida, o encantamento e dedicação dos jesuítas que construíram esse legado para milhares de alunos e famílias”, rememora o Padre João Cláudio Rhoden – Diretor Geral do Colégio Catarinense.

(…) O Professor Carlos Mendes, coordenador da área de pensamento computacional, explica sobre esta disciplina, que começa no quarto ano fundamental. “O aprendizado perpassa pela produção de linguagem de programação, através do uso de metodologias ativas, como a gameficação, favorecendo o protagonismo dos alunos e o trabalho em equipe”, conta o Coordenador.

Na pandemia, todos nós percebemos o quão importante é sabermos utilizar os computadores, ao subitamente necessitarmos utilizá-los para dar continuidade ao ano letivo. O Catarinense possui em seu sistema, as linhas de código da inovação, ao mesmo tempo em que mantemos a tradição. Neste ano, completamos 115 anos e não estamos programados para desligar”, brinca o professor.

História

A história do Colégio Catarinense é rica e começa com a presença dos Jesuítas na Ilha de Santa Catarina, como relata o site oficial da Instituição.

Data de 1553 o primeiro registro da passagem jesuíta por Santa Catarina, quando da visita do Pe. Leonardo Nunes a Laguna e a Desterro. Anos depois, em 1751, a pedido de Dom João I, estabeleceu-se na Vila de Desterro, onde atualmente se encontra o prédio dos Correios, uma instituição educacional que dava formação catequética e intelectual aos filhos dos colonos açorianos.

Durante nove anos o Colégio cresceu, chegando a contar com cinquenta alunos, até que, por decreto do Marquês de Pombal, em 3 de setembro de 1759, os religiosos da Companhia de Jesus foram expulsos de Portugal e de seus domínios, fazendo com que os jesuítas da Vila de Desterro tivessem que abandonar a obra. Por isso, ao considerarmos a presença da Companhia de Jesus na Ilha desde a fundação do primeiro colégio, em 1751, verificamos que há 264 anos de história e contribuição jesuíta em nosso Estado.

Em 1844, após a Restauração da Companhia de Jesus, vindos da Argentina, os jesuítas se instalaram novamente na Ilha, e em 25 de setembro de 1845 reabriram o colégio, contando, na ocasião, com trinta alunos. Por não haver outro prédio disponível, o edifício da Câmara Provincial foi ocupado durante um período de três anos, após os quais se deu sua transferência para onde se localiza a Praça Getúlio Vargas. Nesse período, o colégio recebia alunos para o internato, mas, em 1854, devido à Febre Amarela, os religiosos foram forçados a se retirarem mais uma vez, já que mais da metade deles havia sido vitimada pela doença.

Em fevereiro de 1865, iniciou-se a terceira tentativa de estabelecer um colégio jesuíta em Desterro. Instalado no mesmo lugar do anterior, junto à atual Praça Getúlio Vargas, nasceu o Colégio do Santíssimo Salvador, que em seu primeiro ano chegou a contar com cento e dez alunos. Porém, uma vez que os padres haviam começado a se estabelecer em Desterro por contrato com o governo, formado, na época, pelo Partido Liberal, tornou-se inviável a existência do colégio quando o governo da Província foi assumido pelo Partido Conservador, que se empenhou em desfazer tudo o que seus antecessores haviam criado. Dessa forma, cresceu a animosidade em relação aos jesuítas, e em 21 de março de 1871 o contrato com o governo foi rescindido.

O Colégio Catarinense

Em meados de 1905, a pedido do então governador do Estado de Santa Catarina, Coronel Vidal de Oliveira Ramos, os jesuítas retornaram a Nossa Senhora do Desterro, com o objetivo de organizar um colégio. Assim, oficialmente criado pela Lei Estadual nº 669, em 30 de agosto de 1905, nasceu o Ginásio Santa Catarina, que, por contrato firmado em 04 de novembro de 1905 entre o governador do Estado e a Companhia de Jesus/Sociedade Antônio Vieira (SAV), iniciou as suas atividades letivas em 15 de março de 1906. Em 1918, o Ginásio Santa Catarina foi equiparado ao Colégio Pedro II, em conformidade com o Art. 20 do Decreto nº 11.530, de 18 de março de 1915. Finalmente, cumprindo o que determinava o Decreto nº 4.245, de 9 de abril de 1942, o Ginásio passou a chamar-se Colégio Catarinense, reconhecido pelo Decreto Presidencial nº 11.235, de 6 de janeiro de 1943.

Desde sua fundação até 1963, o Colégio abrigava alunos que vinham de outras cidades e os acolhia em período integral, no regime de internato. Em 1970, em conformidade com a legislação em vigor, a frequência, até então exclusivamente masculina, passou a ser mista. Dois anos depois, o Colégio foi integrado ao Sistema Estadual de Ensino pela Lei 4.394/64 e pela Lei Federal (LDB) nº 5.692/71. O Plano Curricular do 1º Grau foi aprovado pelo Parecer nº 165/72, do Conselho Estadual de Educação, e o Plano Curricular do 2º Grau pelo Parecer nº 138/72, do mesmo colegiado.

Em contínua inovação, em 1998, o Colégio Catarinense criou um projeto específico, voltado para atender a um significativo número de alunos carentes de Florianópolis, oferecendo bolsas de estudos integrais para o Ensino Médio. Nos dias de hoje, participam desse projeto 422 alunos. Já em 1999, o Colégio voltou especial atenção aos pequeninos, estendendo suas atividades para o Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries) e também para a Classe de Iniciação à Alfabetização. Em 2000, foram abertas as turmas da Educação Infantil (CEI I e CEI II). Finalmente, seguindo as orientações do Conselho Estadual de Educação e do Sindicato das Escolas Particulares, em 2006, o Colégio iniciou o Ensino Fundamental de nove anos, em conformidade com a Legislação Federal.

No intuito de garantir a excelência acadêmica e humana, o Colégio Catarinense tem buscado contínua atualização docente e funcional. Fazendo jus ao legado de mais de quatro séculos dedicados à educação de crianças, jovens e adultos, o Colégio criou o Turno Integral em 2014, atendendo inicialmente a vinte e sete crianças do Infantil ao 3º ano do Ensino Fundamental I; em 2015, ampliou-se a oferta até o 5º ano, totalizando, neste ano, 46 alunos, matriculados nos diferentes anos em que o Integral é oferecido.

Nesse processo de constante inovação e renovação, temos conservado estruturas físicas propícias ao ensino, modernizado os laboratórios e climatizado as salas de aulas, além de manter espaços para atividades de imersão, como o Pinheiral e a Lagoa do Peri. Atualmente, estudam, no Colégio Catarinense, 2718 alunos, nos diferentes ciclos de ensino. Além disso, um número significativo participa de atividades culturais e esportivas no contra turno escolar, destacando-se as atividades do Colegial e do Projeto Magis, que atualmente atendem a mais de 800 alunos.

Fachada principal, em Imagem de 1939, quando as turmas eram masculinas – Foto: Acervo / Colégio Catarinense

Visita do Papa a Florianópolis – 1991 – Foto: Acervo / Colégio Catarinense

 

Evento com alunos sobre Inovação e tecnologia em 2019 – Foto: Acervo / Colégio Catarinense

 


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