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DOM PEDRO II — ARQUÉTIPO DO BRASIL

Por Paulo Roberto Campos

Para a atual e caótica situação política brasileira vem muito a propósito o grande exemplo do Imperador Dom Pedro II, agindo em inteira consonância com a afetividade do brasileiro e representando arquetipicamente nosso povo.

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Esse aspecto foi comentado por Plinio Corrêa de Oliveira em sua conferência, em 17-2-89, para sócios e cooperadores da TFP.

No tempo de Dom Pedro II, éramos indiscu­ti­velmente um povo em que a organização da família ainda estava viva e pujante, muito de acordo com o modo de ser afetivo do brasileiro. O velho Imperador — respeitável, venerável e bondoso, com cabelos e barbas brancos — foi durante décadas, por assim dizer, “o vovô do Brasil”; e o Brasil se deliciava em ser neto de Dom Pedro II.

O modo como ele governava e dirigia a política brasileira era inteligente e cheio de jeitinhos, como o brasileiro gosta. O que fosse imposto à força, de acordo com o modelo de Frederico II da Prússia, não era apreciado pelos brasileiros e poderia “azedar” as relações muito desagradavelmente, ou até fatalmente.

Naqueles tempos, a Constituição brasi­leira era liberal e reduzia muito os poderes do monarca. Mas ele era muito sagaz e servia-se do prestígio de Imperador para negociar nos bastidores o curso da política, de tal maneira que se tornou o principal político do País. Acomodava os problemas e abafava as revoltas, fazendo reinar a paz com muita prosperidade. Assim o Brasil se tornou uma das maiores nações, com uma esquadra mercante que era a segunda maior do mundo.

Apesar de o Imperador seguir inteiramente a Constituição, os políticos liberais reclamavam muito dele, dizendo que exercia um “poder pessoal” extra-constitucional, porquanto acumulava os dois poderes. A resposta dele era que nada na Constituição o impedia de exercer influência política. Os liberais vociferavam, mas nada podiam contra a força moral do Imperador. Assim ele conduziu a política até o fim de sua vida, quando foi destronado. Deixou nos brasileiros saudades daquela época, pois o Imperador os representava arquetipicamente”.


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