Enchente 1993 - a Praça da Bandeira foi tomada pelas águas
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Enchentes, deslizamentos, inundações – o constante sofrimento de quem mora em Alfredo Wagner

Entra ano e sai ano, mudam-se os prefeitos, governadores, presidentes, mas os fatores climáticos estarão sempre causando situação de emergência em Alfredo Wagner.

Quem seria o culpado e como evitar tais catástrofes?

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Já ouço alguns dizendo: “o aquecimento global é o culpado”… entretanto, as temperaturas médias no planeta estão cada vez mais baixas!

“O desmatamento está causando isso”, mas, nossas florestas se recuperaram e atualmente elas são preservadas;

“É preciso entender: a natureza é cíclica, tem períodos que se repetem, tem eventos que tornam a ocorrer após determinado tempo” afirmou um bugre quando conversamos sobre os eventos climáticos ocorridos com frequência em Santa Catarina..

No caso de Alfredo Wagner a questão é bem documentada, e comentarei cada caso logo abaixo.

O que precisamos fazer é uma ocupação inteligente do solo, buscando locais seguros para nossas residências, e permitindo que a natureza tenha a liberdade de agir, sem causar prejuízos ou mortes.

O desmoronamento no Centro de Alfredo Wagner

O primeiro evento de desastres naturais, atingindo populações humanas, que se tem notícia, é sugerido pelo Pe. João Alfredo Rohr, o Pai da Arqueologia Catarinense, jesuíta que esteve fazendo escavações aqui em Alfredo Wagner em 1966 no terreno que pertencia ao Sr. Balcino Matias Wagner onde retiravam barro para olaria.

Coagidos, um dia a abandonarem o sítio, às pressas, deixaram no local os seus trastes de madeira, de fibra e de pedra.
“A maloca, coberta de ramos de pinheiro, com cascas e folhas de árvores, acabou ruindo por terra. O telhado caiu sobre o material arqueológico.
Uma vez cobertos de água e de lama, ao abrigo da ação destruídora do oxigênio do ar, a conservação dos artefatos de madeira e de fibra estava garantida.” Pe. João Alfredo Rohr, Revista Pesquisas – extraído da Alfredo Wagner em Revista – Jubileu de Diamante, volume 1, página 24.

As peças mencionadas e desenterradas pelo Pe. Rohr, enviadas para analise e datação nos EUA, definiram que elas viram a luz do dia pela última vez há mais de 3 mil anos atrás, ou seja, o evento que “coagiu os indígenas a abandonar o local às pressas” ocorrera mil anos antes de iniciar a contagem da nossa Era.

O desmoronamento que fez secar o Rio Itajai do Sul

O segundo evento noticiado e que demonstra a frequência destes acontecimentos foi notícia em jornal de Florianópolis “A República” de 1923 – edição 01297 a notícia aponta a Colônia Militar como o local onde teria ocorrido o fato:

Notas Diversas
Um caso curioso e trágico

“(…) deu-se. nos últimos dias da semana passada, um fato que tem despertado muitos comentários. Pessoas residentes nos lotes marginais do Itajai do Sul, notaram, em dia da semana referida, que aquele rio, repentinamente, secara por completo, fenômeno que causou grande admiração e terror, pois sendo bastante considerável o seu volume d´água, nunca esse rio, mesmo em tempos de maior seca, ficara, como agora, totalmente enxuto. Procurada a causa de tal sucesso, verificou-se que um monte, bastante alto, que existia à margem do rio se havia desmoronado, interrompendo o curso das águas que, com impetuosidade, recuaram para os campos vizinhos, alagando colônias e casas e provocando grande pânico entre os moradores. Segundo fomos informados no desastre pereceram diversas pessoas, algumas das quais soterradas.

Diversos trabalhadores foram logo ocupados nos serviços de desobstrução do leito do rio e somente depois de muitas horas a água conseguiu passar livremente.

O jornal “A República” prometeu publicar mais informações, entretanto nos números posteriores nada foi publicado sobre o assunto.

“Enchente de promessas”

O título da capa do jornal “Zero” do curso de jornalismo da UFSC, foi contundente. Os títulos das matérias internas mais ainda: “Assistindo o dilúvio passar” e “A cidade que todos esqueceram”

A enchente de 1993 repercutiu na imprensa catarinense, mas a matéria que mais descreveu o impacto da enchente na população e as consequências do abandono pelas autoridades estaduais, foi publicada no jornal “Zero” o “jornal laboratório do Curso de Jornalismo da UFSC” 1993 Ano XI Edição 01.

A primeira matéria, “Assistindo o dilúvio passar” conta as dificuldades sofridas por Da. Alaíde Damião e as pessoas que com ela esperavam ajuda para sair do local onde estavam ilhadas. A segunda manchete “A cidade que todos esqueceram” foi publicada em 1994, um ano após as enchentes que atingiram Alfredo Wagner.

A reportagem, com texto de José da Silva Jr. e reportagem de Alexandra Baldisserotto. Gabriela Veras e Josemar Sehnem, afirma “A enchente atingiu 80% dos domicílios deixando 3100 desabrigados” e “O Rio Itajaí subiu 10 metros deixando um rastro de destruição”. “Após a enchente que devastou Alfredo Wagner, os recursos só garoaram”.


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