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Alfredo Wagner poderá fazer parte de proposta de emergência climática em SC

Ideia de decretar emergência nos 1.038 municípios mais vulneráveis do país foi defendida pela ministra do Meio Ambiente.

O governo federal estuda decretar estado de emergência climática de forma permanente nos municípios mais vulneráveis a calamidades do país. A decisão abrangeria os 1.038 municípios já mapeados como os de maior risco de eventos extremos — como secas, enchentes, alagamentos ou deslizamentos.

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Essas cidades são monitoradas com radares e equipamentos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão criado em 2011. Em Santa Catarina, 79 cidades fazem parte deste grupo (confira a lista abaixo). Somente no ano passado, o Estado teve 682 registros de ocorrências no sistema de informações sobre desastres da Defesa Civil nacional.

A intenção foi defendida em entrevista nesta semana pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva. Segundo informações da Agência Brasil, a fala ocorreu após visitas a pessoas atingidas por fortes chuvas em Manaus (AM), onde mais de 170 famílias perderam as casas. Em fevereiro, ela já havia defendido esta decretação de emergência permanente.

Segundo a ministra, a intenção seria permitir a execução de obras preventivas, como estudos de solo, drenagem, ações de assistência social e até mesmo o planejamento e a retirada de moradores de áreas de risco. “Nós estamos vivendo sob o efeito de mudanças climáticas que estão se agravando a cada dia“, afirmou.

Na prática, um decreto de emergência climática permanente poderia facilitar contratações e execuções desses projetos dispensando exigências da Lei de Licitações. Em razão disso, a ministra do Meio Ambiente antecipou-se às críticas e sugeriu também a criação de uma estrutura permanente para supervisionar os gastos públicos nesses locais, a fim de evitar a aplicação irregular ou ineficiente de recursos.

Modelo gera preocupação

A proposta de emergência permanente em municípios leva preocupações a quem trabalha diretamente com respostas a eventos climáticos.

Na opinião do coronel César Nunes, diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil de SC, a permanência do estado de emergência ou calamidade pública poderia permitir contratações e aquisições sem as exigências necessárias em licitações, o que impediria uma boa prestação de contas.

Na visão dele, a saída ideal seria não mexer no modelo de estado de emergência e incentivar municípios a atuarem com ações como monitoramento, conservação de áreas, mapa de risco e desocupação de encostas. “O município de fato não precisa estar sob efeito de situação de emergência ou calamidade pública para cumprir a política nacional de proteção e defesa civil“, defende.

O doutor em Meteorologia e ex-coordenador do mestrado em Clima e Ambiente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Mário Quadro, acredita que a proposta pode ajudar na obtenção de auxílio e de recursos após as cidades sofrerem eventos extremos, mas considera que a preocupação maior deveria estar na prevenção.

A questão pré-evento é o grande problema. O ideal mesmo era que cada município dessa lista de mais vulneráveis a ter ocorrências de eventos tivesse profissionais da área, o que envolve meteorologia, geologia, oceanografia no caso da região litorânea, que estivessem in loco nos centros regionais de Defesa Civil. Isso é o que vai facilitar a comunicação e minimizar estragos ou mortes“, avalia o professor, ao afirmar que muitos municípios não dispõem de estrutura ou profissionais nestas áreas de atuação.

A Defesa Civil de SC e o Ministério do Meio Ambiente foram procurados, mas não responderam à reportagem sobre a proposta da União.

Confira no mapa as 79 cidades de SC mais vulneráveis

Arte: NSC Total
Arte: NSC Total

Águas Mornas

Alfredo Wagner

Anitápolis

Antônio Carlos

Araranguá

Balneário Camboriú

Balneário Piçarras

Barra Velha

Benedito Novo

Blumenau

Bombinhas

Botuverá

Braço do Norte

Brusque

Caçador

Camboriú

Canelinha

Correia Pinto

Corupá

Criciúma

Florianópolis

Forquilhinha

Garopaba

Garuva

Gaspar

Governador Celso Ramos

Herval d’Oeste

Ilhota

Imbituba

Itajaí

Itapema

Itapiranga

Itapoá

Ituporanga

Jacinto Machado

Jaraguá do Sul

Joaçaba

Joinville

José Boiteux

Lages

Luiz Alves

Mafra

Maracajá

Meleiro

Mirim Doce

Morro da Fumaça

Navegantes

Nova Trento

Nova Veneza

Palhoça

Palmitos

Penha

Pomerode

Ponte Alta

Ponte Alta do Norte

Porto Belo

Porto União

Presidente Getúlio

Rancho Queimado

Rio do Campo

Rio do Sul

Rio Fortuna

Rio Negrinho

Rodeio

Santo Amaro da Imperatriz

São Bento do Sul

São João Batista

São José

Schroeder

Taió

Tijucas

Timbé do Sul

Timbó

Três Barras

Tubarão

Turvo

Urubici

Vidal Ramos

Xanxerê