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Meningite: alto potencial letal, requer prevenção e vacina

Considerada uma doença endêmica, as meningites virais têm maior ocorrência na primavera-verão e as bacterianas no outono-inverno

Com histórico severo de surtos e epidemias no Brasil, a meningite ainda é um desafio para a saúde pública e requer vacinação como uma das medidas de prevenção e tratamento para o seu controle e combate. É uma doença grave que pode levar à morte em poucas horas, provoca a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ter diversas causas, sendo as mais comuns as virais, bacterianas e fúngicas. Com alto potencial de transmissibilidade, podendo levar a surto e letalidade, o 05 de outubro celebra o Dia Mundial de Combate à Meningite, como forma de destacar a importância do diagnóstico rápido e da vacinação como forma de prevenção. 

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No mês de setembro, o Ministério da Saúde confirmou um surto no estado de Alagoas, são mais de 15 casos confirmados, principalmente em crianças menores de 01 ano de idade. O Brasil já registrou 8.877 casos e 886 mortes pela doença em 2023. A meningite viral foi a que causou o maior número de casos, 3.678, mas o maior número de óbitos foi pela meningite pneumocócica, uma bactéria que pode atingir crianças e adultos, com 250 óbitos. Entre os anos de 2007 e 2020, foram notificados 393.941 casos suspeitos de meningite no país, sendo confirmados 265.644 casos de várias etiologias, sendo a meningite viral mais frequente (121.955 casos), seguida pela etiologia bacteriana (87.993 casos).

Os números da meningite no Brasil são preocupantes e reforçam a importância da conscientização e da prevenção. “É fundamental estar atento aos sintomas da doença e buscar atendimento médico em caso de suspeita. A meningite é uma doença que tem alta letalidade, podendo levar à morte em menos de 24 horas ou podem levar a sequelas graves, como perda de visão, audição e amputação de membros. As formas mais graves podem ser prevenidas com a vacinação”, explica Claudia Maekawa Maruyama, médica infectopediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Histórico no Brasil

Com casos registrados desde 1906, o País teve a década de 1970 marcada pela ocorrência de uma grande epidemia de meningite meningocócica dos subgrupos C e A, e a de 1990 acometida pela meningite tipo B. As epidemias foram vencidas com a oferta de vacinas para a população, mas surtos são registrados até hoje.

Transmissão

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, através da fala, espirro e tosse e contato com objetos infectados.

A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.

Apesar de ser habitualmente causada por microrganismos, também pode ter origem em imunossupressão como câncer (metástases para meninges), lúpus, ou reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias cerebrais.

Sintomas

É fundamental estar atento a sintomas como febre, dor de cabeça, rigidez na nuca, vômitos, aumento da sensibilidade à luz, crises convulsivas, tremores, delírio, coma e confusão mental, manchas vermelhas na pele. Nas crianças pequenas: febre (ou hipotermia), vômitos, irritabilidade, prostração, bebês podem apresentar alterações da fontanela (moleira).

Os sintomas característicos dos quadros de meningite viral ou bacteriana nunca devem ser desconsiderados, especialmente em faixas etárias extremas: nos primeiros anos de vida e idosos.  Na presença de sinais que possam sugerir a doença, a pessoa deve ser avaliada pelo médico para que o diagnóstico seja feito e o tratamento instituído precocemente.

Tratamento

O tratamento é de acordo com a causa da doença, podendo ser internado ou em domicílio, para as meningites bacterianas, faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, já para as meningites virais, na maioria dos casos, são autolimitadas, não se faz tratamento com medicamentos antivirais, apenas sintomáticos, em geral as pessoas se recuperam espontaneamente. Porém alguns vírus, como herpes vírus, podem vir a provocar meningite com necessidade de uso de antiviral específico.

Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. Nas meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a infecção como as medicações para alívio dos sintomas são administrados por equipe médica em paciente internado.

A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa, e pacientes com HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e cuidado pela equipe médica.


Prevenção e controle

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a meningite bacteriana, é importante manter o esquema vacinal completo para garantir a proteção. Apesar de haver no calendário oficial de imunização estas vacinas, nos últimos anos têm se observado uma queda de cobertura vacinal, inclusive nas vacinas que previnem meningite bacteriana, portanto é importante que a imunização na infância e na adolescência seja incentivada para que se possa diminuir a presença desta temível doença. 

As vacinas começam aos dois meses de idade, contempladas no Plano Nacional de Imunização, oferecidas pelo SUS, há também vacinas na rede particular aumentando a cobertura de proteção. Evitar lugares aglomerados, mal ventilados, alimentação saudável, etiqueta respiratória e higienização constante das mãos também faz parte da prevenção. 

“Alguns sintomas da meningite podem ser confundidos com outras infecções não fique na dúvida: criança chorosa, com dor de cabeça, irritabilidade, inapetente, vômitos, prostrada, mancha vermelha pelo corpo, rigidez de nuca, precisa ser levada o mais breve possível, para avaliação médica de urgência”, alerta a Dra. Maruyama.

Sobre a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com 3 Unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga) que prestam atendimentos em mais de 60 especialidades, cirurgias de alta complexidade, como Oncologia e Transplantes de Medula Óssea. Conta também com 1 Unidade especializada em Reabilitação e Cuidados Paliativos na Granja Viana.

Os hospitais gerais com atendimentos privados da Rede subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo e que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) em 15 Estados brasileiros. No Brasil desde 1922, a São Camilo, que pertence à Ordem dos Ministros dos Enfermos, foi fundada por Camilo de Lellis e conta, ainda, com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.

Fernanda Fernandes da Cruz
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