“Legítimo Rei” mergulha nas complexidades da história escocesa, trazendo à tela eventos que moldaram uma nação. Dirigido por David Mackenzie, que teve a honra de abrir o Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2018, o filme revela a grandiosidade da Escócia. Usando drones, são capturadas visões expansivas das terras altas, proporcionando um contexto visual alinhado à narrativa.
Com um orçamento estimado em 120 milhões de dólares, a superprodução é uma parceria entre Reino Unido e Estados Unidos. Os primeiros nove minutos de cena de “Legítimo Rei” são filmados em um plano-sequência magistralmente orquestrado, introduzindo o drama épico com imagens de tirar o fôlego. Com um corte final de quatro horas de duração, David Mackenzie decidiu cortar meia hora de duração depois de assistí-lo no festival em que foi lançado. Uma das cenas que foram extraídas da versão original foi outro plano-sequência de oito minutos que ilustrava uma perseguição e encontro entre Robert The Bruce e William Wallace.
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O figurino detalhado minuciosamente transporta espectadores para um período há setecentos anos. As batalhas, coreografadas com uma atenção aguçada aos detalhes, não são apenas cenas de ação, mas momentos que ressaltam o espírito de resistência e determinação do povo escocês.
A narrativa, apesar de rica em eventos históricos, é também uma jornada de temas humanos profundos. Mackenzie conduz a história de maneira que até os momentos mais sutis têm impacto, fazendo o público refletir sobre questões que transcendem fronteiras e tempo.
O elenco, sob o comando de Mackenzie, dá vida a personagens que são tanto produto quanto formadores de seu tempo. Chris Pine, como Robert The Bruce, não apenas representa um líder, mas dá voz às inúmeras emoções e dilemas que acompanham o poder. Enquanto isso, Billy Howle, interpretando Edward I, fornece uma contraparte necessária, adicionando camadas ao complexo cenário político.
Mackenzie estabelece um paralelo com conflitos icônicos como o de Davi e Golias, porém, em vez de focar apenas na luta física, aprofunda-se nas nuances psicológicas e políticas. Ao explorar as tensões anglo-escocesas, o filme oferece um vislumbre das relações conturbadas que definiram a geopolítica da região.
A monarquia e suas intrincadas relações são temas centrais. A adversidade enfrentada por Robert, especialmente o sequestro de sua esposa Elizabeth de Burgh, interpretada por Florence Pugh, apresenta os custos pessoais do poder. Suas escolhas não afetam apenas a trajetória política, mas também costuram o tecido emocional do filme.
Ao longo dos anos, essas histórias de paixão, política e poder têm um apelo duradouro. A Escócia moderna, ainda que agora democrática, continua refletindo suas raízes históricas, exemplificado pela presença de Charles III como monarca.
Filme: Legítimo Rei
Direção: David Mackenzie
Ano: 2018
Gênero: Drama/Ação
Nota: 9/10
POR HELENA OLIVEIRA
EM FILMES
