A moeda brasileira parece ter encontrado um caminho mais fácil ao longo dos últimos dias, revertendo parte da desvalorização percebida logo após a última decisão do Comitê de Política Monetária.
A ata da última reunião do Copom mostrou o óbvio: embora a decisão tenha sido dividida, existem argumentos técnicos que embasam a decisão dos dois grupos.
Os últimos indicadores de atividade econômica e emprego norte-americanos também jogaram a favor da moeda brasileira. Diversos dados indicam que a economia dos Estados Unidos pode finalmente estar perdendo tração.
O volume de novos pedidos de seguro-desemprego, a geração de empregos, os índices de gerente de compras, todos eles sugerem, ainda que timidamente, que a maior economia do mundo continua crescendo, porém em um ritmo mais brando.
A constatação de que finalmente a economia americana está desacelerando reacende as expectativas de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cortará os juros pelo menos uma vez ao longo de 2024.
O início do ciclo de cortes de juros nos países desenvolvidos pode induzir um movimento de valorização das divisas não-conversíveis (moedas menos líquidas) como o real.
Mas como o nível de incerteza continua muito elevado, é melhor olharmos para os números com alguma cautela.
*Valor praticado no dia 21/05/2024, às 11h30. |
Real x Dólar: O comportamento do Real frente ao Dólar tende a se manter relativamente estável à espera da divulgação da ata do FOMC. Os discursos recentes dos dirigentes do Fed sugerem maior cautela com relação à inflação, o que não deve trazer surpresas na publicação. Neste cenário, vislumbra-se que a moeda brasileira deverá permanecer no corredor entre R$5,05 e R$5,15.
Real x Euro: Os últimos dados econômicos da Zona do Euro e falas dos dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) dão indícios de que haverá cortes na taxa de juros na próxima reunião, em 06 de junho. Caso esse movimento se confirme, há expectativa de desvalorização da moeda europeia frente às demais moedas, inclusive com relação ao Real.
Real x Libra: No Reino Unido, assim como na Zona do Euro, há a sensação de que a inflação esteja convergindo para a meta de inflação, o que permitiria o início do afrouxamento monetário. Há no horizonte de curto prazo a expectativa de que o Banco da Inglaterra (BoE) inicie o ciclo de corte de juros já na próxima reunião, o que pode levar a uma desvalorização da Libra comparativamente às outras moedas.
Dólar x Bitcoin: Aspectos regulatórios têm aumentando o apetite dos investidores por criptomoedas, o que tem garantido elevação nos seus preços. A perspectiva de aprovação pela SEC (equivalente da CVM nos Estados Unidos) do primeiro ETF de Ethereum à vista, impulsionou o mercado. No Brasil, o Banco Central divulgou detalhes de como fará a regulamentação deste mercado, o que pode garantir maior segurança aos investidores e aumentar a demanda por criptoativos no mercado doméstico.
Peso argentino: Parece que o jogo virou. O peso argentino, destaque por ter mostrado forte valorização em relação à moeda americana, voltou a ser uma das divisas com o pior desempenho no mundo. A cotação dólar no mercado paralelo aumentou mais de 10% só na última semana, deixando a moeda argentina com o segundo pior desempenho global, atrás apenas da Naira nigeriana.
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