As vésperas de uma eleição em uma cidade pequena, como Alfredo Wagner, são marcadas por um cenário muito distinto daquele encontrado nas grandes metrópoles. Aqui, onde “metade da cidade é parente da outra metade”, os eleitores não se deixam levar por promessas extravagantes ou ataques feitos através de redes sociais. As relações são estreitas, e o que realmente define o resultado de uma eleição é algo simples: a forma como os candidatos se comportam e como são percebidos por seus vizinhos, amigos e familiares.
O comportamento de cada candidato já é conhecido. Em uma cidade onde praticamente todos se conhecem, a vida de um político está à vista de todos. As qualidades e defeitos são parte de conversas no café, nos encontros de família e nos eventos sociais. Portanto, os eleitores não precisam de revelações chocantes ou estratégias de marketing agressivas para formarem suas opiniões. Na verdade, em um ambiente assim, essas táticas modernas têm pouquíssimo efeito. Postagens nas redes sociais, denúncias de última hora ou ataques pessoais dificilmente alteram a decisão do eleitor. Afinal, o que mais conta é o comportamento que foi observado ao longo dos anos, não o que aparece de repente às vésperas do pleito.
Além disso, existe uma característica especial nas pequenas cidades que muitas vezes é esquecida em tempos de eleição: o impacto que as brigas políticas causam nas relações pessoais. Em comunidades como Alfredo Wagner, as desavenças criadas por disputas eleitorais muitas vezes resultam em inimizades duradouras, prejudicando laços que deveriam ser preservados. Não há nada mais inútil do que tentar impor uma mudança de voto através de discussões acaloradas. Ao final do dia, as pessoas votam no que conhecem, no que confiam e, muitas vezes, no que está mais próximo delas. Forçar o contrário, além de ser ineficaz, apenas gera divisões que poderiam ser evitadas.
Outro ponto importante nas eleições em cidades pequenas é a possibilidade de comparação direta entre administrações. Aqui, os efeitos das políticas públicas são sentidos de forma imediata e visível por todos. O eleitor pode comparar de forma clara o que mudou de uma gestão para outra, não se baseando apenas em números ou propaganda, mas em sua própria vivência. A proximidade com os fatos torna as promessas de campanha menos influentes, já que o julgamento é feito com base no que já foi visto e experimentado.
Portanto, o que realmente definirá o resultado das eleições não são estratégias mirabolantes ou promessas grandiosas, mas sim o comportamento que os candidatos demonstraram ao longo de suas vidas. E, acima de tudo, é essencial lembrar que, em uma cidade onde todos se conhecem, manter a harmonia e o respeito entre vizinhos é muito mais importante do que qualquer vitória eleitoral. As brigas e discussões são inúteis, pois apenas perpetuam inimizades que, ao final, não alteram o resultado das urnas, mas deixam cicatrizes nas relações que compõem o verdadeiro tecido da cidade.
É tempo de eleição, mas também é tempo de respeito. Afinal, depois que as urnas forem fechadas, o que restará são os mesmos rostos conhecidos nas ruas, as mesmas famílias, as mesmas amizades. E é com essas pessoas que a cidade continuará a viver, lado a lado.
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