A futura Ferrovia do Frango não é o único projeto que se propôs a fazer Alfredo Wagner uma etapa na solução mais econômica que interliga distâncias: a estrada de ferro e o Trem com locomotivas e vagões transportando cargas e passageiros.
Existiram duas iniciativas anteriores, que não sabemos por qual razão, não foram adiantes: uma ferrovia, partindo da Palhoça e terminando na Colônia Militar em 1891 e a ferrovia que uniria o Oeste ao litoral Catarinense, nos primeiros anos da República.
Vamos conhecer, neste artigo a primeira das iniciativas de implantar a ferrovia em Alfredo Wagner, futuramente falaremos da segunda.
A Companhia Colonização e Indústria de Santa Catarina recebeu a incumbência de colonizar a Serra Catarinense comercializando os terrenos e repassando, parte do pagamento ao Governo do Estado.
A primeira iniciativa de colonização da região foi obra do Governo Imperial que estabeleceu a primeira reforma agrária nas terras da colônia. Os soldados engajados recebiam seus salários e as terras que cultivavam para si e sua família. No final de um determinado período, recebiam a posse da terra. Esta iniciativa atraiu muita gente para a Colônia Militar Santa Thereza e estava dando muito certo até o momento em que a República foi implantada e as terras, no entorno de Santa Thereza, foram entregues para a colonizadora e a iniciativa imperial foi abandonada.
A terra barata atraiu muita gente e o governo do Estado, já prevendo aumento de população e de produção agrícola, decretou, indiretamente, a criação de uma estrada de ferro que partindo de Palhoça fosse até a Colônia Militar.
Lei N. 27
Lauro Severiano Muller, Governador do Estado de Santa Catharina:
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que o Congresso Representativo decretou e eu sancciono a seguinte Lei:
Artigo 1º Fica o Governador do Estado autorisado a conceder à Companhia Colonisação e Industria de Santa Catharina a subvenção de 60:000$000 para construção de uma ferro-via economica, que partindo do ponto mais conveniente na freguezia da Palhoça vá a colonia militar.
Artigo 2º Essa subvenção será deduzida do valor das terras concedidas à mesma companhia.
Artigo 3º Revogam-se as disposições em contrario.
O Secretario do Governo a faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palacio do Governo do Estado de Santa Catharina, aos dois dias do mez de Dezembro de mil oitocentos e noventa e um, terceiro da Republica.
Lauro Severiano Muller
A Companhia Colonização e Indústria de Santa Catarina não tinha um interesse diretamente ligado à Colônia Militar pois as terras desta já estavam ocupadas. Seria fácil, também, para a ferrovia transpor a serra e chegar até, por exemplo, as Demoras, por onde passava a antiga estrada Florianópolis/Lages, encontraria dificuldades para descer mais de 400 metros em uma distância de meio quilômetro ou menos. O custo que seria barato nos planaltos, iria aumentar consideravelmente ao atingir a Colônia Militar, fazendo com que o projeto fosse abandonado.
Outra razão, esta de origem política, está na opção do governo republicano em abandonar todas as iniciativas de sucesso do governo Imperial. O rompimento com o regime anterior deveria ser completo e total, razão pela qual a Colônia Militar Santa Thereza foi relegada a segundo plano. Outras rotas foram definidas para transpor a Serra e chegar a Lages.
Se a Companhia Colonização e Indústria de Santa Catarina tivesse levado adiante o referido decreto, com certeza, hoje, o nome do município e sua história seria outra.
Este documento integra o acervo bibliográfico do Banco de Dados Mundial Sobre Fortificações: www.fortalezas.org
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