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Sérgio Moro será o candidato da Terceira Via, um Kerensky brasileiro?

A Terceira Via costuma ser, em política, uma alternativa para dois caminhos desgastados e impopulares, mas conduzindo sempre para a esquerda.

Apesar das pesquisas apontarem Lula como possível ganhador em 2022, tenho acompanhado repercussões de ex-eleitores lulistas que afirman jamais votar novamente nele. Estes, desapontados votaram em Bolsonaro em 2018 e também ficaram desiludidos. Muitos engrossarão os números de abstenções nas próximas eleições, reduzindo ainda mais a legitimidade do processo eleitoral brasileiro.

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Desiludidos, desapontados e enganados por direita e esquerda, os eleitores não buscam mais solução nos meios políticos.

Normalmente, em ocasiões semelhantes de impasse do eleitorado, diversos países costumam criar artificialmente uma terceira via que conduza o povo de volta às urnas, levando em seguida para o caminho desejado pelos que dirigem a política como ocorreu no Chile, por exemplo, onde ficou carimbada a expressão “Kerensky chileno” para o candidato de terceira via que levou o país de volta ao comunista Allende.

O que é o efeito “Kerensky” na política?

A resposta nos é dada de modo muito clara por Fábio Vidigal Xavier da Silveira em seu estudo “Frei o Kerensky chileno” publicado pela revista “Catolicismo” nº 238 em Outubro de 1970: a função de um candidato da Terceira Via é “servir de chefe de governo que, já socialista, faz a transição de uma ordem avessa ao marxismo para uma estrutura totalmente marxista.

Afirma-se na imprensa brasileira que o pensamento de Sérgio Moro é de esquerda. Em sua campanha que cresce atualmente e já ameaça vários candidatos, ele se apresenta como anticorrupção. O que, necessariamente não define um candidato de esquerda ou de direita, pois ele pode ser anticorrupção mas ser favorável à destruição do princípio da propriedade privada, dos direitos da família, etc, teses de esquerda, por exemplo. Poderá ser, também, favorável à manutenção de um Estado totalitário e controlador (tão queridos por partidários de esquerda ou direita).

Sua bandeira anticorrupção não ultrapassa os limites que deveriam na verdade definir seu perfil político.

Sérgio Moro vem sendo apedrejado por Bolsonaro e Lula, fazendo com que os eleitores, desatentos ao tedioso panorama político, olhem para ele como uma possível saída para a péssima administração dos últimos presidentes brasileiros.

Institutos de esquerda e de direita promovem análises sobre seu perfil, carimbando esta ou aquela atitude como favorável ou desfavorável ao desenvolvimento do Brasil.

Moro, entretanto, se quiser fazer a diferença e não apenas repetir a história de desiludidos políticos, deve buscar uma solução que: reduza a máquina política brasileira; favoreça a livre iniciativa; promova a redução de impostos e a carga tributária; reduza benesses e favores de políticos.

Só falar anticorrupção não o levará ao Planalto, a menos que convença os eleitores que já estão decididos a não participar das próximas eleições, e já se configuram como 1/3 do eleitorado brasileiro.

Sua voz deve convencer esta fatia. Fará isso ou está apenas representando um papel, como o fez Bolsonaro em 2018?