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Como funciona a substituição no Legislativo

No sistema eleitoral brasileiro, deputados federais e senadores são eleitos por sistemas diferentes: enquanto a eleição para o Senado é majoritária – o mais votado no Estado fica com a vaga – na Câmara o sistema de votação é chamado de proporcional. Ou seja: as cadeiras são distribuídas entre os partidos, seguindo a proporção de votos de cada legenda perante o total. E isso também impacta a forma como deputados e senadores são substituídos, em caso de necessidade: no Senado, cada um é eleito com substitutos (os suplentes) pré-definidos. Na Câmara, não: o deputado não escolhe quem o substituirá.

No sistema proporcional, o que se elege é uma chapa inteira de deputados federais, estaduais e vereadores. Todas as pessoas que foram candidatos a deputado federal pelo partido naquele Estado são, em tese, suplentes (desde que o partido tenha conquistado pelo menos uma vaga). Primeiro suplente, segundo, terceiro… por ordem de votação. O mais votado assume a cadeira, e em seguida você tem o primeiro suplente, o segundo, etc. Quando um deputado pede licença, morre ou assume outro cargo (…), a mesa da Câmara chama o primeiro suplente para assumir“, diz o advogado eleitoral Fernando Neisser. Ele é presidente da comissão de direito eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP).

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Além dos congressistas eleitos que se tornaram ministros de Lula, outros não assumirão os mandatos porque aceitaram comandar secretarias em governos estaduais – alguns deles abrirão espaço para suplentes, ex-deputados que estavam no mandato e não conseguiram se reeleger em 2022.

É o caso de Carmen Zanotto (Cidadania-SC), que é enfermeira de formação e assumiu o posto de secretária de saúde do seu Estado, no governo de Jorginho Mello (PL). Ao aceitar a tarefa, ela deixará o cargo com Geovania de Sá (PSDB-SC), que não se reelegeu em 2022. No PT, o mesmo se dará com Josias Gomes (BA): hoje no quarto mandato, ele voltará à Câmara porque Jorge Solla (PT-BA) assumiu a Casa Civil do governo baiano de Jerônimo Rodrigues (PT).

Veja abaixo a lista dos Congressistas eleitos em 2022 e que assumiram ministérios e seus respectivos substitutos:

Senado

Camilo Santana PT-CE – Educação

Augusta Brito (PT-CE)

Flávio Dino PSB-MA – Justiça

Ana Paula Lobato (PSB-MA)

Renan Filho MDB-AL – Transportes

Fernando Farias (MDB-AL)

Wellington Dias PT-PI – Desenvolvimento Social

Jussara Lima (PSD-PI)

Câmara

Alexandre Padilha (PT-SP) – Relações Institucionais

Orlando Silva (PcdoB-SP)

Paulo Teixeira (PT-SP) – Desenvolvimento Agrário

Alfredinho (PT-SP)

Luiz Marinho (PT-SP) – Trabalho e Emprego

Vicentinho (PT-SP)

Paulo Pimenta (PT-RS) – Secretaria de Comunicação Social

Reginete Bispo (PT-RS)

Juscelino Filho (União-MA) – Comunicações

Dr. Benjamin (União-MA)

Daniela Carneiro (União-RJ) – Turismo

Ricardo Abrão (União-RJ)

Marina Silva (Rede-SP) – Meio Ambiente

Ivan Valente (PSOL-SP)

Sonia Guajajara (PSOL-SP) – Povos Indígenas

Luciene Cavalcante (PSOL-SP)