Por Portal Nacional da Educação
Os corretores contratados para avaliar as provas de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 estão denunciando a ausência de informação do pagamento do serviço prestado para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a correção da prova de redação foi realizado entre os meses de dezembro e janeiro, deste ano.
A Fundação Getúlio Vargas, sob a supervisão da área técnica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De acordo com os corretores, a previsão inicial para o pagamento seria feito até o dia 30 de março.
Há relatos da ausência de pagamento em todos os estados do País.
Segundo um dos corretores do Estado do Maranhão, enviou um print de tela da sua caixa de entrada com a resposta da equipe da Fundação Getúlio Vargas (FGV):
‘BOA TARDE,
ENTENDEMOS A NECESSIDADE DE CONTATO, MAS TAMBÉM NÃO TEMOS ACESSO AO SETOR E AO ATENDIMENTO DOS AVALIZADORES E CORRETORES DE REDAÇÕES DO ENEM OU DO ENCCEJA.
CONTINUAMOS INDICANDO O ÚNICO MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE RECEBEMOS QUE É O E-MAIL: SUPORTE.REDACOES@FGV.BR’.
Os profissionais pediram para não serem identificados devido a um termo de sigilo que assinaram durante o período de contração dos docentes para a banca FGV.
‘Desde 2014 que estou no processo avaliativo do Enem e desde então nunca havia enfrentado tanta dificuldade para receber o que é nosso por direito. Além do valor baixo que nos é pago (3,00 por redação), tal quantia não possui reajuste há vários anos. Infelizmente, neste ano a FGV assumiu uma postura totalmente desumana e descompromissada com os avaliadores. São inúmeros e-mails e ligações e eles sempre afirmam que não há previsão para o pagamento, sendo que este havia previsto para ocorrer em março, como nos foi passado ainda durante o curso de formação. É absurdo, humilhante e desesperador saber que depois de tanta dedicação, pressão para cumprimento dos prazos para as correções ainda tenhamos que ouvir da FGV que não há previsão para o nosso pagamento. Esperamos que seja resolvido o mais rápido possível, pois trabalhamos muito e merecemos respeito e respostas’, segundo uma das corretoras ouvidas pela nossa equipe de reportagem.
‘Sou corretor das redações do Enem desde 2018, sempre me dedicando para tal ação, mesmo recebendo todo ano o mesmo valor de R$ 3,00 por texto. Deixei de passar as férias com minha família para contribuir com o exercício de correção, mas a FGV tem se mostrado desumana, pois não nos dá uma posição sequer de pelo menos uma previsão de pagamento. Só quem já foi avaliador sabe o quão é difícil o processo para atingir a cota mínima de correção: noites perdidas, enxaquecas, afastamento familiar, crises de ansiedade. Estou me sentindo muito mal com a situação, pois fiz meu trabalho com amor e compromisso e não esperava o que vem acontecendo. O mínimo que quero nesse momento é um esclarecimento da FGV e receber meu pagamento‘, relatou outro corretor da prova de redação de Sergipe.
‘A previsão de pagamento era final de março, e já estamos em 20 de abril. Corrijo o Enem há 7 anos e nunca atrasou tanto. É muito ruim pq nós dedicamos, passamos por um processo muito cansativo e corrigimos as redações entre dezembro e janeiro, não tivemos férias. Só trabalho pq preciso muito do dinheiro, a vida do professor é difícil. Dinheiro este, que já saí com um bom desconto. A FGV não fala nada, não dá nenhum posicionamento, podiam ter a decência de falar com os corredores né’, destacou a corretora da prova de redação do Estado da Paraíba.
Há vários relatos de colaboradores reclamando no Instagram da FGV
Nesta quinta-feira, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) enviou uma nota oficial:
‘A FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS INFORMA QUE EM FUNÇÃO DE PENDÊNCIAS PROVENIENTES DA GESTÃO DO ENEM DE 2022, AINDA DA ADMINISTRAÇÃO PASSADA, ATÉ A PRESENTE DATA NÃO RECEBEU OS VALORES REFERENTES À CORREÇÃO DAS REDAÇÕES DO EXAME, O QUE A NOVA DIREÇÃO DO INEP ESTÁ EMPENHADA EM SOLUCIONAR, PERMITINDO, COM ISTO, QUE A FGV CONCLUA, NO MENOR PRAZO POSSÍVEL, O PAGAMENTO DOS REVISORES QUE ATUARAM NAS REFERIDAS CORREÇÕES’, DIZ A NOTA OFICIAL.
Procuramos o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) para comentar sobre o acontecimento, mas até a ultima atualização não foi enviado nenhuma nota.
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