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Conhecendo alguns dos soldados colonos, primeiros moradores de Alfredo Wagner – 3

Nos artigos anteriores em que descrevemos um resumo da biografia dos soldados colonos, primeiros moradores de Alfredo Wagner 1 e 2 utilizamos o excelente trabalho realizado por Adelson André Brüggemann em sua dissertação, A sentinela isolada – O cotidiano da colônia militar de Santa Thereza (1854-1883) apresentada ao Programa de Pós-graduação em História, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. No final desta série publicaremos o link para a leitura completa do trabalho deste historiador.

Comecemos este terceiro artigo da série por:

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Francisco Rodrigues serviu na colônia como soldado de 1ª classe desde o dia 1º de janeiro de 1854 até o dia 1º de junho de 1858, quando terminou o tempo de serviço obrigatório na Companhia de Pedestres. Ele requereu o título de suas terras, cujo direito havia adquirido desde o ano de 1861. O diretor da colônia ao solicitar do presidente de província que mandasse passar para a Repartição das Terras Públicas o título daquelas terras, afirmou que o soldado colono Francisco Rodrigues havia preenchido todas as condições ao residir na colônia com sua família, construir casa, fazer lavouras e plantar árvores frutíferas. Francisco Rodrigues recebeu baixa do serviço em 1858, ou seja, 6 anos antes da solicitação do título de terras. Desde que deixou de trabalhar para o Exército vivia do seu trabalho na Colônia Militar e possuía bom comportamento.

Genésio de Oliveira também era um colono paisano que chegou na colônia no dia 1º de janeiro de 1854. Era casado com uma crioula de nome Francisca. Obteve baixa do serviço por ter concluído seu tempo de praça no dia 1º de maio de 1860, mas continuou a residir na colônia trabalhando em suas plantações e executando o ofício de carpina. Conforme o regulamento, o lote de terras em que vivia já lhe pertencia.

Francisco Pereira de Souza também era colono paisano. Foi para a colônia em 12 de fevereiro de 1854. Era casado e concluiu seu tempo de serviço em 13 de fevereiro de 1862. Trabalhava em seu lote de terra.

Eliseu José da Silva chegou à colônia militar de Santa Thereza no dia 23 de julho de 1857 para cuidar de sua mãe, viúva do falecido soldado-colono Manoel Francisco Raymundo. Eliseu era de bom comportamento e trabalhador, tanto que de seu trabalho se mantinham ele e sua mãe, de quem tratava com toda dedicação. O diretor da colônia consentiu que ele continuasse a cultivar as terras do seu finado padrasto.

Entre os soldados que se engajaram na Colônia Militar Santa Teresa na década de 60 do Século XIX, podemos mencionar, também baseados nos estudos realizados por Adelson na obra já citada:

Pedro Jacintho vivia na colônia desde o dia 9 de janeiro de 1864. Era solteiro e proveniente do Batalhão 12 de Infantaria. Era praça ativa com tempo de serviço concluído. Prestava-se aos trabalhos da colônia e à suas plantações. Em janeiro de 1865 tinha 40 anos de idade. Pediu baixa, junto com o soldado Manoel Joaquim Corrêa, em 29 de julho de 1869. No dia 3 de agosto daquele ano, o ministro da guerra mandou recolher Pedro Jacintho no hospital militar para ser inspecionado.

Venâncio Borges Carvalho era casado e oriundo do Batalhão 12 de Infantaria, sediado na Capital da província de Santa Catarina. O soldado colono também chegou na Colônia no dia 9 de Janeiro de 1864. Era praça ativa e além dos serviços próprios da colônia militar, empregava seu tempo livre em suas plantações e em trabalho para outros colonos. Era bom trabalhador, apesar de ser dado ao vício de bebidas espirituosas, conforme afirmou o diretor da colônia.

Antônio Ignácio Pereira foi para a colônia militar de Santa Teresa no dia 9 de maio de 1864. Era proveniente do Batalhão 12 de Infantaria. Desertou um mês depois e voltou preso para a Capital da província. Aproveitou o indulto de perdão de 15 de agosto de 1864 para se livrar da prisão e retornar para a colônia onde se conservava como colono ativo de 1ª classe. Era solteiro e em janeiro de 1865 tinha 34 anos de idade.

José Francisco de Arruda era soldado-colono desde o dia 1º de outubro de 1863. Era solteiro e da Companhia de Inválidos. Por conta de seu estado de invalidez, não prestava nem mesmo ao serviço braçal do estabelecimento. Fazia alguma plantação por meio de jornaleiros a quem pagava.

O que era a Companhia de Inválidos que tantos soldados forneceu à Colônia MIlitar Santa Teresa?

Entre os anos de 1865 e 1870, numeroso contingente de veteranos da Guerra do Paraguai, foram desmobilizados devido a doenças crônicas, mutilações de seus membros inferiores ou superiores, ficando conhecidos como Companhia de Inválidos.

Entre os locais apontados pelo Duque de Caxias para receber os Inválidos, estava a Colônia Militar Santa Teresa. Por isso encontramos muitos soldados considerados inválidos ao serviço militar atuando (como podiam) na Colônia. A população saudável via os Inválidos com bons olhos pois eram considerados heróis de guerra.


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